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BRASIL TEM A CÂMARA FEDERAL MAIS FRAGMENTADA EM TODO O MUNDO

A posse do novo Congresso fez o Brasil ampliar sua liderança no ranking mundial de fragmentação partidária, que reúne dados de cerca de mil eleições em 132 países, compilados pelo Departamento de Ciência Política da Universidade Trinity, da Irlanda.

 

A eleição de 2014 foi marcada por um recorde no País: 28 partidos conquistaram vagas na Câmara dos Deputados, seis a mais do que em 2010.

 

Mas o ranking não considera apenas esse dado, e sim a forma como as cadeiras são distribuídas.

 

Para isso, uma fórmula estabelece o chamado número de partidos efetivos, conceito da ciência política que revela o quão concentrado ou difuso é o poder nas câmaras de deputados.

 

Com os dados de 2014, o número de partidos efetivos do Brasil passou de 10 para 13, segundo cálculos do Estadão Dados feitos de acordo com a metodologia utilizada no ranking.

 

Isso indica que o poder, no Brasil, está tão fragmentado que quase metade dos partidos representados na Câmara tem peso político suficiente para se fazer notar nas votações.

 

A principal decorrência da alta fragmentação partidária é a dificuldade de formar maiorias que dêem condições de governabilidade aos chefes do Executivo.

 

No Brasil, isso se reflete no elevado número de ministérios – atualmente são 39, que abrigam aliados de dez partidos diferentes.

 

A existência de uma base difusa também está na raiz do escândalo do mensalão, ocorrido no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, além do PT, envolveu políticos de quatro outros partidos, acusados de vender apoio no Congresso em troca de dinheiro.

 

A pulverização também se fez notar na recente eleição para a presidência da Câmara dos Deputados – para vencer o candidato petista Arlindo Chinaglia, o PMDB organizou um bloco parlamentar que incluiu até oposicionista do DEM.

Fonte: Daniel Bramatti

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