O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na 78ª Assembleia Geral da ONU, apontou que “o princípio sobre o qual se assenta o multilateralismo, o da igualdade soberana entre as nações, vem sendo corroído, nas principais instâncias da governança global”.
“As instituições reproduzem as desigualdades, fazem parte do problema e não da solução”, denunciou.
Lula criticou as políticas do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial que favorecem os países europeus e não os países pobres.
“A representação desigual e distorcida na direção do FMI e do Banco Mundial é inaceitável”, apontou, lembrando que, no ano passado, o FMI disponibilizou 160 bilhões de dólares em direitos especiais de saque para países europeus, e apenas 34 bilhões para países africanos.
“As bases de uma nova governança econômica não foram lançadas. Não corrigimos os excessos da desregulação dos mercados e da apologia do Estado mínimo”.
Em contrapartida, Lula elogiou os BRICS, principal bloco mundial dos países emergentes.
“Os BRICS constituem uma plataforma estratégica para promover a cooperação entre países emergentes.
A ampliação recente do grupo, na cúpula de Joanesburgo, fortalece a luta por uma ordem que acomode a pluralidade econômica, geográfica e política do século XXI.
Somos uma força que trabalha em prol de um comércio global mais justo no contexto de grave crise do multilateralismo”.