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EMPREITEIRA PRÓ-AÉCIO É A NOVA APOSTA DO GOLPE

Só tem validade contra o PT

Uma construtora mineira, que recebeu grandes favores do PSDB em Minas Gerais, e cujos executivos torceram abertamente pela vitória do senador Aécio Neves (PSDB-MG) em 2014 pode se tornar a nova arma do golpe em curso no País.

Trata-se da Andrade Gutierrez. Isso porque seu presidente, o executivo Otávio Azevedo, que passou nove meses preso, antes de propor uma delação premiada, ainda não homologada pelo Supremo Tribunal Federal, diz que as doações ao PT – e apenas ao PT – foram fruto de propina.

A acusação é a manchete desta quinta-feira da Folha de S. Paulo.

A Andrade, no entanto, tem fortes ligações com o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Além de ter doado mais para o candidato tucano em 2014 do que para a presidente Dilma, a Andrade ganhou poderes de controle sobre a Cemig, gigante do setor elétrico, durante as administrações do PSDB em Minas Gerais, mesmo sendo acionista minoritária da companhia.

A parceria, desastrosa para a Cemig (leia mais aqui), foi desfeita recentemente, já na administração de Fernando Pimentel.

Durante a campanha presidencial de 2014, executivos da Andrade também torceram abertamente pela vitória de Aécio, parceiro da empreiteira na Cemig, segundo ficou constatado em grupos de WhatsApp dos executivos do grupo.

Além disso, Otávio Azevedo só se tornou delator – e um delator seletivo – após a prisão de nove meses em Curitiba.

Angra 3 e Belo Monte

Segundo dados da delação, divulgados em reportagem da ‘Folha’, a propina que supostamente abasteceu a campanha tinha origem em contratos da empreiteira para a execução das obras do Complexo Petroquímico do Rio, a usina nuclear de Angra 3 e a megahidrelétrica de Belo Monte. Ele aponta suposto intermédio do então ministro Antonio Palocci.

Em nota, o coordenador jurídico da campanha da presidente Dilma Rousseff, Flávio Caetano, diz que “a empresa fez doações legais e voluntárias para a campanha de 2014 em valores inferiores à quantia doada ao candidato adversário”.

Palocci negou acusações e também manifestou estranheza que o suposto pedido de doação para 2010 esteja relacionado ao consórcio, contratado apenas em fevereiro 2011 e cuja obra só começou no segundo semestre daquele ano

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