De acordo com o jornal O Globo, Odebrecht falou sobre a motivação para fazer as transferências: caixa dois de campanha ou propina ligada a obras públicas.
Segundo os investigadores, a proposta apresentada pelo executivo é “satisfatória”, embora ainda dependa de documentação e detalhamento dos fatos.
Ainda existe a possibilidade de que 51 executivos e gerentes da empreiteira, incluindo o empresário, façam parte da proposta final de acordo de delação a ser apresentada ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Marcelo apresentou pelo menos 90 temas à Procuradoria-Geral da República e deverá detalhar o conteúdo de cada um deles.
A reportagem destaca que o dono da empreiteira promete apresentar provas que envolvem integrantes do governo federal, 35 senadores, 13 governadores e dezenas de prefeitos.
Marcelo pretende detalhar os pagamentos feitos pelo Setor de Operações Estruturadas, que ficou conhecido como “diretoria da propina”.
O setor foi criado pela empresa para repassar valores a políticos.
No entanto, discute-se sobre a origem dos repasses a políticos.
A Odebrecht afirma que a maior parte dos pagamentos foi realizada como caixa dois de campanha, sem vinculação direta com obras ou contratos com o governo.
Porém, os procuradores questionam a tese e cobram da empresa informações sobre a origem da propina, para verificar a relação com verbas desviadas dos cofres públicos.
A PGR também vai ouvir em Brasília e em Curitiba executivos que não chegaram a ser presos pela Polícia Federal.
A expectativa é de que Marcelo Odebrecht permaneça preso, para cumprir, no mínimo, um ano em regime fechado depois da assinatura do acordo.
A publicação tentou contato com a Odebrecht mas a empresa não quis se pronunciar.
O advogado Theo Dias ressaltou que não pode “nem confirmar nem negar” o teor do depoimento de Marcelo.
