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14 mulheres acusam o filho do fundador das Casas Bahia de estupro

Saul Klein, acusado de estupro

Nesta última quarta-feira, 22, Saul Klein, filho do fundador das Casas Bahia, Samuel Klein (1923-2014), entregou o passaporte à Justiça e está proibido de ter qualquer tipo de contato com 14 mulheres que estão o acusando de aliciá-las e estuprá-las em festanças em sua residência, que fica em Alphaville, São Paulo.

De acordo com a coluna Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, as medidas são precauções pedidas pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) para o andamento da investigação das denúncias, que estão em segredo de Justiça em um inquérito policial aberto na Delegacia de Defesa da Mulher de Barueri.

Em julho, foi arquivado pela polícia um outro inquérito com alegações parecidas e que apurava exploração sexual de uma menor de idade por parte de Klein.

A defesa do empresário disse que Klein é um ‘sugar daddy’, ou seja, um homem que têm fetiche em sustentar financeiramente mulheres jovens em troca de afeto e sexo.

O advogado, no entanto, garante que ele não participou de nenhum crime acusado pelas vítimas.

“O sr. Saul Klein vem sendo vítima de um grupo organizado que se uniu com o único objetivo de enriquecer ilicitamente às custas dele, através da realização de ameaças e da apresentação de acusações falsas em âmbito judicial, policial e midiático”, afirma o advogado André Boiani e Azevedo, que faz representação de Klein.

“Várias dessas pessoas já conseguiram se aproveitar dele em outras oportunidades, causando-lhe prejuízo milionário, e estavam acostumadas a essa situação. Quando perceberam que esse tempo acabou, passaram a difamá-lo publicamente”, segue Azevedo.

O advogado ainda diz que Klein pagava para uma agência lhe trazer “sugar babies”, como são conhecidas as mulheres bancadas pelo ‘sugar daddy’: “Ele era o ‘daddy’ de todos os ‘daddies’, do qual todas as ‘babies’ gostariam de ser ‘babies’”.

O advogado conta que os ataques a eles tem como objetivo chantageá-lo, isso porque Klein parou de adquirir o serviço da empresa que lhe apresentava as mulheres no ano passado, por desconfiar que os seus proprietários estavam tentando extorqui-lo.

As 14 vítimas foram ouvidas na Ouvidoria da Mulher do Conselho Nacional do Ministério Público, que encaminhou o conteúdo para o MP-SP.

“Segundo constou do requerimento, todas as mulheres acima foram vítimas de aliciamento sexual”. “Eram procuradas por aliciadores em redes sociais e outros canais, informadas falsamente de que havia interesse na contratação delas por parte de uma empresa e conduzidas a uma apresentação, a título de teste, para o requerido Saul”, prossegue

O documento ainda diz que os testes eram realizados em um flat, e as jovens precisavam usar biquínis ou roupa íntima. “Elas eram convencidas de que, se satisfizessem a lascívia do requerido Saul, poderiam ser contratadas para eventos na ‘mansão’ de Alphaville, quando então receberiam de mil a três mil reais, ou numa casa de campo dele em Boituva”.

“Nesses eventos, que podiam contar com 15 a 30 moças, elas tinham que se exibir o tempo todo de biquíni e submeter-se a atividades sexuais com o requerido Saul, inclusive de modo humilhante e a contragosto.

Também podiam ter que ingerir droga, permanecer trancadas em um quarto por um dia inteiro e aceitar se submeter a consultas com médicos ginecologista e cirurgião plástico, respectivamente, para cuidar das persistentes e reiteradas doenças sexualmente transmissíveis que as acometia e de outras enfermidades que apresentaram, bem como receber aplicações de botox ou outros tratamentos destinados a prepará-las para as sessões com o requerido Saul.”

Segundo o advogado de Klein, a relação com as mulheres nem sempre tinha cunho sexual, porém, quando ocorria, era de consenso por parte das mulheres.

Ele afirma que o empresário presenteava, mas que nunca chegou a fazer pagamentos às suas amantes e não participava desta negociação — quem tratava disso era a agência, que também era a responsável por verificar as idades de todas as garotas para que fossem maiores de idade.

RCL

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