O túmulo da mãe do ex-prefeito Humberto Amaducci (PT) foi violado e parte do cadáver de Dona Ziló foi encontrado sem roupa. A polícia não descarta que o crime, que aconteceu na cidade de Mundo Novo (MS), pode ter motivações políticas.
Funcionários do cemitério municipal de Mundo Novo acionaram a polícia para informar sobre a violação da sepultura da mãe do ex-prefeito e a exposição do corpo. A investigação do caso só foi divulgada pela Polícia Civil na quarta-feira (12).
O autor do crime, que ainda não foi identificado, quebrou o concreto do túmulo e arrastou o caixão por cerca de cinco metros, segundo o delegado Alex Junior da Silva, titular da delegacia de Mundo Novo.
De acordo com a polícia, a parte de baixo do cadáver foi encontrada fora do túmulo e sem nenhuma roupa. “Vamos periciar o corpo para tentar extrair algum DNA. Temos que aguardar o resultado da perícia”, explicou o delegado.
O delegado explicou que estão sendo realizadas diligências para localizar o autor do crime. O caso foi registrado como vilipêndio de cadáver.
O ex-prefeito do PT informou que o corpo de sua mãe foi sepultado no último dia 3 de julho. Ele disse que considera o ato como algo “monstruoso” e destacou que está confiante na resolução do caso.
Na cidade de Mundo Novo, Jair Bolsonaro teve 60% dos votos válidos na última eleição presidencial. O caso repercutiu nas redes sociais.
“Eu sou do MS, Mundo Novo tem 20 mil habitantes, daquelas cidades que todo mundo se conhece. A ideologia de direita está impregnada no consciente e subconsciente da população, o ódio a tudo o que o PT representa e o STF é transferido para outros que não têm chance de reagir. Se na época da eleição, na capital, tiveram a capacidade de depredar meu carro por causa de um adesivo, imagina no interior”, relatou um internauta.
O PT divulgou uma nota para repudiar o caso. Leia a íntegra abaixo:
A violação do túmulo de Dona Zilá, mãe do ex-prefeito de Mundo Novo (MS) Humberto Amaducci (PT), é um crime bárbaro, repugnante, numa região em que a extrema direita sempre usou de violência – lembramos que foi em Mundo Novo que a companheira Dorcelina Folador, do MST e do PT, foi assassinada a tiros em 1999.
Somos solidários ao companheiro Amaducci e a sua família. E exigimos a apuração e responsabilização dos criminosos.
Chega de violência, chega de barbárie.
Gleisi Hoffmann
Presidente do Diretório Nacional do PT
