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Buscas por vítimas de acidente com lancha na Bahia são retomadas nesta sexta-feira

Praia da Gamboa, próximo ao local do acidente, que ocorreu a 200 metros da costa (Foto: Maiana Belo/ G1)

As buscas por vítimas do acidente da embarcação que virou na travessia entre Mar Grande e Salvador, na quinta-feira (24), foram retomadas na manhã desta sexta-feira (25), depois de terem sido suspensas ao anoitecer, de acordo com a Marinha. Ao menos 18 pessoas morreram após a embarcação virar, com 120 pessoas. Até a noite de quinta, a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) informou que 89 pessoas haviam sido resgatadas com vida.

O acidente aconteceu cerca de dez minutos depois da lancha deixar o Terminal Marítimo de Mar Grande com destino a Salvador. Onze pessoas mortas foram identificadas.

Até por volta das 6h30 desta sexta, não havia informações de novas vítimas encontradas. A travessia entre Salvador (Terminal Náutico da Bahia) e Mar Grande (Terminal Marítimo de Mar Grande) continua suspensa por conta do acidente, na manhã desta sexta, conforme a Associação dos Transportadores Marítimos da Bahia (Astramab).

Também não operam as escunas de turismo que fazem o passeio pelas ilhas da Baía de-Todos-os-Santos e a travessia entre Salvador e Morro de São Paulo. Ainda não há previsão de quando o serviço será retomado.

Investigação

O mau tempo e a desestabilização da lancha pode ter provocado o acidente com a lancha. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a velocidade do vento, que normalmente é de 7 km/h, era de cerca de 31km/h no local do acidente, quando a embarcação virou.

De acordo com a Capitania dos Portos, as causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente já começaram a ser apuradas. A maré estava alta e o mar estava bem agitado no momento da tragédia.

Também chovia e ventava bastante quando a embarcação virou. A lancha Cavalo Marinho I saiu do Terminal Marítimo de Mar Grande, em Vera Cruz, com 120 pessoas a bordo. Eram 116 passageiros e 4 tripulantes. A capacidade da embarcação era de 160 pessoas.

Conforme relato de sobreviventes, por causa da chuva forte e do vento, os passageiros da lancha passaram para um lado só da embarcação, o que teria provocado a desestabilização da lancha, que virou após ser atingida por uma onda. A Marinha informou que vai ouvir os sobreviventes durante as investigações para apurar se isso provocou o acidente.

“Informação do que efetivamente ocorreu nós só teremos ao final do inquérito que está sendo instaurado pela Marinha para apurar o acidente. Nós ouviremos testemunhas, a embarcação vai passar por uma perícia e, ao final do inquérito, que tem prazo de conclusão de 90 dias, é que nós teremos um quadro efetivo”, afirmou o comandante Flávio Almeida, assessor de relações institucionais da Marinha na Bahia.

Em nota, o Ministério Público do Estado da Bahia informou que um promotor de Justiça será designado para acompanhar de perto a apuração dos fatos que motivaram o acidente. O MP-BA disse ainda que a condição de “precariedade” do serviço de transporte realizado pelas embarcações foi alertada há mais de dez anos pela promotoria, que propôs ações civis públicas nos anos de 2007 e 2014 sobre o caso.

Na primeira ação, o Ministério Público alertou sobre inúmeras irregularidades no transporte de passageiros pelas embarcações, que colocariam em risco, diariamente, a segurança de centenas de pessoas. Em 2014, em uma nova ação civil pública, o MP-BA solicitou a reforma dos terminais e das embarcações, a renovação dos coletes salva-vidas e outras medidas que assegurassem a saúde e segurança dos usuários. As ações propostas pelo Ministério Público ainda aguardam decisão judicial.

G1

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