A Polícia Civil explicou que familiares da vítima, identificada como Ana Paula, de 39 anos, estranharam o sumiço dela e foram à casa onde a mulher vivia. Eles encontraram o portão trancado, arrombaram a estrutura e localizaram o corpo da vítima na residência.
O filho dela, que é autista, estava na cozinha e não soube explicar o que havia acontecido. Durante o período em que viveu sozinho, após a morte da mãe, ele alimentou-se com o que havia na geladeira e nos armários.
A suspeita é de que Ana Paula tenha sofrido um infarto e não resistido. Por conta do estado de decomposição do corpo, a polícia acredita que o falecimento deve ter ocorrido há cerca de duas semanas.
A tragédia repercutiu nas redes sociais. “Eu sinto muito, Ana Paula. Sinto pela sua solidão. Sinto pelo fato de só notarem a sua ausência 12 dias depois.
Eu sinto muito pelo que o seu filho passou. Eu imagino que isso era um dos seus piores pesadelos, e ele aconteceu”, desabafou a jornalista Andrea Werner.
“Aconteceu porque mães atípicas, muitas vezes, recebem um tapinha nas costas, são chamadas de guerreiras, e depois são abandonadas.
Aconteceu porque mães atípicas solo são tão sobrecarregadas que não conseguem cuidar da própria saúde.
Aconteceu porque tantas dificuldades e abandonos pesam…no corpo, na mente, no coração.
Aconteceu porque a sociedade e o Estado não acolhem, não cuidam de quem cuida, e nem veem o cuidado como um trabalho.
Eu sinto muito. Sinto tanto. Espero que seu filho seja acolhido pela sua família”, Mais não sei nem o que esperar de uma família que espera 12 dias para dar falta de alguém.
Eu sinto muito, acrescentou a jornalista.
RPP