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Direito à diversão e à reforma agrária: blocos arrastam foliões pelo país lembrando a luta do MST

Blocos homenageiam MST e pede reforma agrária

Nestes dias de folia momina, além das tradicionais manifestações culturais que evocam – de forma satírica ou não – os temas políticos do país, diferentes blocos de Carnaval escolheram também a pauta agrária como tema para se expressar pelas ruas.

E, diante disso, não ficaram de fora as menções ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), maior e mais antigo movimento popular do país com atuação ligada à agenda da reforma agrária.

O Brasil de Fato localizou exemplos de agremiações com esse perfil nos estados de Pernambuco, Bahia, Maranhão, Pará, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul.

Em Pernambuco, um dos destaques foi o bloco “Sem Terra”, que desfilou nesta segunda (12), em Olinda, cidade que é um dos símbolos não só do Carnaval, mas também da cultura pernambucana.

O grupo homenageou os 40 anos do MST e também o sindicalista Luiz Lorenzon, que atua na direção da Federação Única dos Petroleiros (FPU). Lideranças políticas estiveram entre os brincantes do bloco, entre elas a deputada estadual Rosa Amorim (PT), o senador Humberto Costa (PT-PE) e os deputados federais Lindenbergh Farias (PT-RJ) e Gleisi Hoffmann (PT-PR).

Também foi às ruas sob o tema da reforma agrária o “Bloco das Catraias de Camarazal”, que saiu no sábado (10), no município de Nazaré da Mata (PE), acompanhado de uma orquestra de frevo.

Em Belém (PA), foliões se reuniram no domingo (11), no assentamento Mártires de Abril, para festejar a folia do bloco “Lona Preta Paraense”.

Também houve reverência ao MST e à luta por reforma agrária no Bloco da Frida, no Rio de Janeiro (RJ), que saiu às ruas na última quinta (8).

No domingo (11), foi a vez de os cariocas curtirem o bloco “Manas do Norte”, que se apresentou no Armazém do Campo.

Em São Paulo, a folia com o tema da reforma agrária foi embalada na segunda (12) pelo samba-enredo do Bloco do Cupinzeiro, de Campinas (SP), que celebrou os 40 anos de existência do MST.

O Bloco do Cupinzeiro, em Campinas, homenageou o MST com a canção “Mística Ancestral” / Nara Lacerda

Em Minas Gerais, houve experiências do tipo em Goianá (MG), onde teve apresentação do bloco “Pisa Ligeiro” na sexta (8), e ainda em Tumiritinga (MG), que na sexta (8) serviu de palco para o festejo do “Foliões do PJ”.

O Paraná também teve a sua representante entre as agremiações que evocaram a luta popular pela terra: no domingo (11) o MST desfilou em conjunto com a Escola de Samba Leões da Mocidade em Curitiba, capital do estado.

Teve festa carnavalesca lembrando o tema ainda no Maranhão. Na quinta (8), em São Luís (MA), o bloco “Me paga, seu sacana!” se juntou ao MST e prestou homenagem e apoio também aos artistas do estado.

Mas nem todos os blocos que escolheram lembrar o tema da reforma agrária encerraram sua participação no Carnaval de 2024.

Em diferentes pontos do país algumas agremiações ainda irão sair às ruas nos próximos dias. Na Bahia, por exemplo, foliões caem na gandaia nesta terça (13), no município de Prado, no Extremo Sul, com o bloco “MST Folia”. O grupo se concentra a partir das 10 horas na Praça de Eventos.

Em Pernambuco tem festejo ainda em Cabo de Santo Agostinho (PE), onde o bloco “Oxê, eu vou, Gonzagão” arrasta foliões no próximo domingo (18), no assentamento Luiz Gonzaga, na Região Metropolitana de Recife.

Também no pós-carnaval a reforma agrária e o MST serão lembrados no cortejo do bloco “Pisa Ligeiro”, que ainda não tem data fixada, mas deverá sair do Quilombo do Caloete, em Garanhuns, onde tende a reunir integrantes de movimentos populares e quilombolas.

Por fim, o Rio Grande do Sul não fica de fora da lista das manifestações culturais que celebram o MST e a reforma agrária: em Pelotas (RS), o “Bloco do Armazém” lembra o tema em uma apresentação no próximo sábado (17). O grupo se reúne a partir das 17 horas, na Rua Três de Maio, no Centro da cidade.

Cristiane Sampaio

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