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‘Risível’ e ‘patética’: PF vê em nota de Bolsonaro confissão de plano de fuga

Bolsonaro entrando na Embaixada da Hungria

A nota da defesa de Jair Bolsonaro (PL), que tentava justificar sua estadia na Embaixada da Hungria, foi internamente classificada pela Polícia Federal como “risível” e “patética”, informa Valdo Cruz, do g1.

De acordo com os investigadores, a explicação dada pela defesa de Bolsonaro, de que ele estava na embaixada realizando contatos com autoridades húngaras, não convence.

Para a PF, essa justificativa é frágil e beira à confissão de que Bolsonaro planejava uma fuga caso fosse alvo de um pedido de prisão no inquérito que investiga uma suposta trama golpista durante seu governo.

No episódio em questão, Bolsonaro se ‘refugiou’ durante dois dias na embaixada húngara após ter seu passaporte apreendido pela Polícia Federal.

Agora, a PF está aguardando a confirmação oficial do caso, que será dada através da explicação exigida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, dentro de um prazo de 48 horas.

Após essa confirmação, a PF pretende cruzar as informações com dados sobre as movimentações e articulações de Bolsonaro, já em posse do órgão.

Medidas preventivas não estão descartadas para evitar que Bolsonaro busque asilo em uma embaixada, caso surjam decisões desfavoráveis contra ele.

Além disso, como forma de demonstrar desagrado com a situação, o Ministério das Relações Exteriores convocou o embaixador húngaro no Brasil, Miklos Halmai, para prestar explicações ao Itamaraty.

O gesto foi interpretado como uma tentativa de interferência da Hungria em assuntos domésticos brasileiros.

O embaixador foi recebido pela diretora do departamento de Europa e América do Norte, Maria Luísa Escorel.

Diplomatas relatam que Halmai estava visivelmente constrangido com o episódio, especialmente com a divulgação de imagens que sugerem que a embaixada estava a serviço de Bolsonaro ao hospedá-lo por dois dias.

A situação provoca um incidente diplomático que deve ser analisado pelo governo brasileiro.

Reuters/Brasil

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