Defensores do ‘Kit Covid’ foram condenados a pagar R$ 55 milhões por danos morais coletivos e à saúde. A decisão é da Justiça do Rio Grande do Sul e foi divulgada na quarta-feira (24) pelo Ministério Público Federal.
Os condenados divulgaram um material publicitário que estimulava o consumo de medicamentos para o tratamento ineficaz contra a Covid-19, que também ficou conhecido como “kit covid”.
A publicidade foi intitulada “Manifesto Pela Vida” e foi assinada por um grupo chamado “Médicos do Tratamento Precoce Brasil”.
No comunicado, os representantes defendiam o uso de medicamentos como hidroxicloroquina e ivermectina.
Segundo o MPF, a recomendação dos medicamentos no informe publicitário não indicava os possíveis efeitos adversos, além de estimular a automedicação.
Em diversas reportagens foi mostrado que o ivermectina não apenas era ineficaz contra a Covid-19, mas também causava sérios problemas de saúde em pessoas saudáveis. Relembre:
1. Jovem destrói o fígado após usar ivermectina contra a Covid
2. Médicos afirmam que ivermectina está comprometendo o fígado de pacientes
3. Esposa ganha direito de tratar marido com ivermectina e homem piora e morre
4. Influencer que tomava ivermectina todos os dias morre com o coração duas vezes maior
A Justiça Federal condenou em duas ações a Médicos Pela Vida (Associação Dignidade Médica de Pernambuco) e as empresas Vitamedic Indústria Farmacêutica, Centro Educacional Alves Faria (Unialfa) e o Grupo José Alves (GJA Participações).
A Vitamedic é fabricante de ivermectina e foi alvo da CPI da Covid, no Senado. De acordo com o MPF, a empresa financiou a publicidade irregular, com investimento de R$ 717 mil.
Cruzando dados fornecidos pela própria farmacêutica à CPI, o faturamento da Vitamedic com a venda de caixas de ivermectina em 2020 foi de cerca de R$ 469,4 milhões. O valor é 2.925% superior ao faturamento de 2019 informado pela empresa, de R$ 15,5 milhões.
