Ao menos mil artistas norueguesas denunciaram estupros, agressões e assédio sexual em artigos publicados nesta quinta-feira na imprensa.
“A vergonha e o sentimento de culpa devem voltar ao seu lugar: aos que assediam e aos que os protegem”, afirmaram 295 cantoras em um artigo publicado no jornal Aftenposte.
Em outro artigo, mais de 700 artistas indicaram que “não existe nenhum motivo para pensar que o mundo da música é melhor aqui”,um dos países líderes em igualdade de sexo.
A Noruega é o segundo país mais igualitário do mundo, segundo um relatório recente do Fórum Econômico Mundial (WEF), que levou em conta sobretudo as desigualdades salariais e o papel das mulheres no mundo político e econômico.
Junto com as acusações, o Aftenposten publicou uma série de testemunhos anônimos de artistas que foram vítimas de violência, pressões e humilhações de caráter sexual.
“Em Oslo, sofri uma agressão por parte de um conhecido”, afirma uma artista. “Pensei, como outros, que era algo frequente e que não valia a pena denunciá-lo”. “Durante toda a minha carreira, recebi comentários sobre minha aparência e minha sexualidade”, diz uma cantora. “Recebi um grande número de mensagens de colegas sobre meu físico e nada sobre meu trabalho”.
Estes depoimentos chegam após uma demanda similar de mais de 500 atrizes norueguesas, na semana passada.
A vizinha Suécia, cerca de 2.000 artistas também denunciaram abusos.
As denúncias de assédio sexual se multiplicaram no mundo todo depois que o poderoso produtor americano Harvey Weinstein foi acusado por uma centena de mulheres.
AFP