A pseuda aura que se construiu em torno do magistrado de primeira instância, Moro sempre foi duvidosa, ainda que contasse com uma vaidade quase esquizofrênica.
Todos sabem que esse é um país fértil em todo tipo de maracutaias e corrupções, banhando os mais variados segmentos da sociedade.
Qualquer ser humano que se posicione como defensor da honestidade e caçador de corruptos ganha notoriedade.
Inclusive entre aqueles que ainda conseguem mascarar o seu comportamento criminoso. No linguajar policial, “tiro surdo”. Quando na realidade são verdadeiros protagonistas.
Nessa vertente jurídica, política e social, Sérgio Moro foi abraçado pelos ocultos culpados e conseguiu recrutar um Batalhão de seguidores, criando uma idolatria imbecilizada.
Foi assim que de forma arbitrária mandou gravar e divulgou conversas entre a então presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula.
Moro não respeitou e descumpriu a Constituição sobre o fato de a presidente e outras autoridades envolvidas nas escutas terem a prerrogativa de foro e, talvez ainda pior, a parte do diálogo envolvendo a presidente ter acontecido quando no fim da gravação após a determinação de sua ilegalidade.
O majestoso Sérgio Moro não pensou duas vezes e de forma criminosa autorizou a divulgação.
Esse procedimento foi a exposição de sua saga pessoal contra Lula e Dilma, foi como se tivesse prestado depoimento afirmando que sua razão de ser seria a destruição do melhor presidente que o país teve nos últimos 40 anos.
Hoje ele é ministro da Justiça com a única finalidade de ser indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente Jair Bolsonaro.
Não esconde um cinismo revoltante, engole sapo e assume covardia.
O ex-magistrado não foi nada ingênuo e tampouco obtuso quando, meses antes, defendeu o pagamento do auxílio-moradia, mesmo sem precisar, de modo a compensar a falta de aumento salarial aos juízes.
Moro nunca foi exemplo na magistratura. Nem o será como super ministro da Justiça ou membro do STF.
No episódio envolvendo a revogação da nomeação de Ilona Szabó para o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, podemos encontrar a prova definitiva de uma falsa subserviência com repercussão pública e um ato de covardia.
Na realidade Moro solidificou seu projeto pessoal. O objetivo é bem maior, recuar foi uma manobra estratégica sob as barbas dos militares.
Os fins justificam os meios.
Mesmo fortalecendo o discurso do pensamento único, que não raro dialoga com a sociopatia.
A mascara feita de geleia está se dissolvendo mais rápido do que pensaram.
Carlos Lima