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Desistência de Lídice obriga PT a ter candidato a prefeito em Salvador ou cometer suicídio político

Senadora Lídice da Mata
Em discurso na tribuna do Senado, senadora Lídice da Mata (PSB-BA).

A desistência da candidatura da senadora Lidice da Mata (PSB) a prefeita da capital, em 2016, apelo que teria sido feito pelo governador Rui Costa à socialista para enfrentar ACM Neto, uma vez que seu partido, o PT, não tem um nome com densidade eleitoral, permite várias leituras para esse episódio.

O primeiro deles é que, praticamente obriga o PT a lançar um candidato a prefeito na capital, sob pena de passar para a opinião pública a imagem de um partido muito fragilizado, o que poderá prejudicá-lo tanto nas eleições proporcionais (eleição dos vereadores) de 2016, na capital, quanto nas eleições de 2018, para governador.

A politica é uma teia de aranha e quando uma dessas pernas quebra no percurso de um processo eleitoral para refazer o estrago às vezes, demora muito tempo.

Imaginar que o PT, partido  que nunca quis Alice Portugal (PCdoB) na cabeça da chapa vai fazer uma ‘mea-culpa’ com a desistência de Lidice e apoiá-la de corpo de alma, parece improvável.

Também imaginar que Alice vai renunciar ao seu pleito para conseguir, na ótica de Lidice, a tão almejada unidade, é improvável.

Alice e o PCdoB estão firmes e certos nos seus objetivos na medida em que, se servem para apoiar; um dia servia também para ser apoiados.

Vamos fazer algumas indagações: Com a desistência de Lidice e ela sendo senadora, a socialista vai entrar na campanha de Alice?

Vai ficar neutra na majoritária trabalhando só para os seus candidatos a vereadores na proporcional, ou vai apoiar o candidato do PT, se houver?

A reeleição de ACM Neto será bem mais fácil sem a candidatura de Lídice e o que é pior, ACM elegerá uma maioria esmagadora de vereadores e varrerá a oposição como um tsunami.

Como o governador vai encarar a desistência de Lidice, aos olhos do atual momento político, uma vez que foi o mentor da ideia de Lidice ser a candidata a prefeitura. Mesmo ela desejando, sonhando e trabalhando para sua reeleição como senadora.

Uma desistência dessas pesa no processo de 2018.

Em tese simplista, mas, também realista, Rui também pode dizer assim adiante,  você não me ajudou em 2016, agora não tenho como ajudá-la .

A última leitura, por agora, é em relação a 2016, pensando em 2018. De acordo com as pesquisas até então divulgadas. a possível candidata que poderia levar o pleito da capital para um segundo turno é Lídice.

Outras análises poderão ser feitas a partir do resultado das eleições na capital e no Estado e diante do conclusivo (ou não) impeachment de Dilma. Lidice, com ou sem desistência tem peso politico no Brasil de agora é um 1 voto ‘dilmista’ no Senado.

Portanto, mesmo diante de uma situação política complicada para o PT, na capital, Lidice tem que ser tratada com todo cuidado e carinho.

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