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Bolsonaro ‘jamais terá base eleitoral e politica’ para vencer eleição, afirma Tarso Genro

Bolsonaro 'jamais terá base' para vencer eleição, afirma Tarso Genro

Um dos principais expoentes do Partido dos Trabalhadores, o ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro da Justiça Tarso Genro considera que o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) “jamais terá base eleitoral e política” para vencer a eleição presidencial de 2018 e não representa ameaça nas urnas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo pesquisa Datafolha divulgada neste domingo, Lula tem 30% das intenções de voto enquanto Bolsonaro tem 15%, despontando com chances de chegar a um eventual segundo turno no pleito do próximo ano.

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“A polarização entre Lula e Bolsonaro caracterizaria uma disputa frontal entre um vasto campo de centro-esquerda e a direita com tendências fascistas no Brasil, que jamais terá, na sociedade brasileira, uma base eleitoral e política majoritária”, afirmou em entrevista à BBC Brasil.

Apesar das acusações de delatores da Operação Lava Jato, Tarso Genro continua manifestando confiança na inocência de Lula. “Não podemos ter um juízo definitivo sobre esses depoimentos porque são dados em momentos de exceção como uma forma de protegerem essas pessoas que estão denunciando”, critica.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista.

BBC Brasil – Pesquisa Datafolha mostra o ex-presidente Lula liderando pesquisas, mas também com forte rejeição. Revela também crescimento de Bolsonaro. O sr. acha que Bolsonaro pode se tornar uma alternativa viável para a eleição de 2018, capaz de vencer Lula?

Tarso Genro – A polarização entre Lula e Bolsonaro caracterizaria uma disputa frontal entre um vasto campo de centro-esquerda e a direita com tendências fascistas no Brasil, que jamais terá, na sociedade brasileira, uma base eleitoral e política majoritária.

BBC Brasil – Na sua visão, então, ele jamais venceria Lula em um segundo turno?

Genro – Sim, isso mesmo.

BBC Brasil – A dimensão da greve de sexta-feira foi relevante, mas alguns analistas dizem que não foi suficiente para impedir a aprovação das reformas. Qual é a sua leitura dos impactos da paralisação?

Genro – Talvez não seja realmente suficiente para travar a aplicação das reformas. A execução das reformas é demandada por protagonistas muito fortes, no plano interno e externo. As instituições privadas do capital financeiro, a mídia oligopolizada e as empresas que pensam em repor sua competitividade com uma exploração cada vez mais intensiva de mão de obra barata, no que se refere à reforma trabalhista.

Quanto à reforma da Previdência, esta é demandada pelos credores da dívida externa, a quem não interessa um Estado social de direito, mas um Estado pagador da dívida pública, tanto a legítima, como a ilegítima, inflada pela manipulação do preço dos seus juros e serviços.

O impacto da paralisação é relevante, porém, para o futuro da democracia no Brasil, pois demonstra que a esquerda e os setores democráticos que defendem um Estado social têm força para competir com o oligopólio da mídia, que é quem dirige efetivamente a pauta neoliberal no Brasil.

BBC

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