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Júnior pede para Seleção nem pensar em revanche do 7×1

Júnior dá entrevista ao Planeta SporTV

Um ex-jogador sabe muito bem como é enfrentar a Alemanha. Titular da lateral-esquerda da Seleção na década de 1980, Júnior nunca perdeu para os rivais e ainda é um dos artilheiros do confronto. Em seis partidas, fez três gols, assim como Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Schürrle. Diante da oportunidade de enfrentar o trauma do 7 a 1 nesta terça-feira, em amistoso em Berlim, a partir de 15h45 (de Brasília), o Maestro acha que o Brasil deve jogar a bola para frente e só pensar na preparação para a Copa.
– A dica que posso dizer, principalmente para aqueles que participaram, que não pensem em revanche, não pensem em vingança. Pensem única e exclusivamente em viver o momento. Lembrando que daqui a três meses vamos estar dentro de uma Copa do Mundo.

Júnior passou também por uma derrota traumática no torneio. Um dos expoentes da geração que encantou o mundo na Copa de 1982, mas que foi eliminada na segunda fase mesmo com a vantagem do empate, na derrota para a Itália por 3 a 2,
– São duas coisas diferentes. A nossa derrota para a Itália foi por circunstâncias do futebol. Foi um resultado que poderia ter sido diferente, inclusive com o Zoff fazendo uma defesa aos 45 minutos do segundo tempo. Já a derrota para a Alemanha é uma derrota que jamais o torcedor e acredito nem mesmo os jogadores vão esquecer. Mas isso é passado.

Não adianta ficar remoendo aquilo que aconteceu. Daqui para a frente, tem que ser uma nova história.

Júnior entrou em campo para enfrentar a Alemanha em duas versões. Venceu todas as quatro contra a seleção principal do país. Em janeiro 1981, fez seu primeiro gol, na vitória por 4 a 1, no Mundialito de Montevidéu. Após quatro meses, voltou a deixar sua marca em amistoso terminado com triunfo da Seleção por 2 a 1, em Stuttgart. Em março de 1982, garantiu a vantagem de 1 a 0 em teste antes da Copa, no Maracanã. Mais de uma década depois, em dezembro de 1992, entrou no segundo tempo para participar do 3 a 1, em Porto Alegre.
Ainda manteve a invencibilidade em campo diante dos representantes do lado comunista do país, dividido entre o pós-II Guerra Mundial até 1989. Ainda bem jovem, aos 22 anos, pela equipe olímpica nos Jogos de Montreal 1976, saiu de campo com o placar em branco: 0 a 0. Em janeiro de 1982, enfrentou a seleção principal da Alemanha Oriental, ganhando por 3 a 1, em Natal.
– A gente encarava a Alemanha sempre com muito respeito, porque sempre foi uma escola que basta olhar os títulos que tinham naquela época para você ter a ideia da força e da dimensão que eram os times alemães. Principalmente, porque tinham grandes jogadores, como o Breitner, um dos maiores ídolos que tive no futebol.

O Maestro prefere a humildade à fama de carrasco dos alemães.

Digo que o Harald Schumacher, goleiro da Alemanha na minha época, foi muito parceiro, porque eu consegui, mesmo jogando na lateral, fazer três gols. Lógico que foram dois gols de pênalti, um no Mundialito, outro lá em Stuttgart, num amistoso, e um outro que foi numa tabela com o Adílio, que jogava comigo no Flamengo, dentro do Maracanã, com mais de 160 mil pessoas. Foi uma coisa maravilhosa.

Felipe Barbalho e Vanessa Santilli

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