Nesse país tudo acontece, até a inversão do óbvio.
Na manhã desta terça feira (28) um fato inusitado ocorreu quando me dirigia a uma farmácia na Avenida Getúlio Vargas e me deparei com um dos envolvidos e denunciado pela operação Pityocampa, ou seja, desvio de verbas da saúde no município de Feira de Santana, que implica em milhões e no estado ultrapassa a casa de um bilhão de reais.
A princípio não tinha reconhecido o cidadão que se encontrava no local. Na sequência, para minha surpresa fui abordado pelo mesmo.
De forma irônica, ele me abordou e fez o seguinte comentário:
Sinalizando com o polegar de forma positiva, disse: “Obrigado a você e a Gerinaldo pelos comentários feitos, que dizer que somos os ladrões de Feira”.
Em seguida saiu, a atendente do caixa ouviu o comentário e surpresa disse não ter entendido nada. Fui obrigado a explicar o ocorrido, rapidamente, motivado pela desinformação do fato que considerei pouco incomum.
A bem da verdade, a abordagem desse cidadão foi infeliz ao tentar transferir responsabilidades. Quem o acusa não foi a imprensa, não fui eu, nem Gerinaldo e sim a justiça.
O papel da imprensa é denunciar os fatos embora nem sempre sejam agradáveis.
Existe um hábito, pouco saudável, na cultura brasileira de que o cidadão não pensa antes de cometer o ato ilícito. Quando denunciado procurara criar podes expiatórios para amenizar a sua consciência, não tão limpa.
Tenta creditar ou amenizar seus atos criminosos coletivizando responsabilidades e individualizando seus interesses.
As denuncias continuarão sendo feitas, com responsabilidade porque o compromisso da imprensa é com a coletividade e não om indivíduos.
Esperamos que a justiça faça o seu papel, realizando a segunda etapa da operação e aponte todos os culpados de forma isenta, recuperando os recursos desviados, uma vez que as vidas perdidas nem decorrência desse ato criminoso não poderão ser recuperadas.
Carlos Lima