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Levantamento apresenta características das sementes de milho disponíveis na atual safra

BOA SAFRA

O objetivo desse levantamento é dar ao produtor informações sobre as características de cada cultivar para auxiliar os membros da cadeia produtiva de milho nas tomadas de decisão.

O pesquisador Israel Alexandre Pereira Filho explica a importância da escolha da semente e os avanços ocorridos no desenvolvimento de cultivares de milho.

“Dentre todas as tecnologias agrícolas hoje empregadas no cultivo, a semente de milho foi a que mais se desenvolveu nos últimos tempos. Os avanços da biotecnologia promoveram grande impacto na produção de milho no Brasil e permitem flexibilidade de cultivo nas mais diferentes regiões e condições de clima e solo. Graças aos avanços genéticos, temos disponíveis cultivares mais responsivas, temos a incorporação de características como resistência a doenças, a insetos, assim como às moléculas de herbicidas, como glifosato, para o controle eficiente de plantas daninhas”.

O custo da semente é significativo. Por isso, a escolha do material adequado é muito importante. Israel explica que não há uma única cultivar que possa ser considerada a melhor.

“Em função da ‘tecnologia embarcada’ na semente, seu custo impacta consideravelmente o custo de produção. Portanto, a escolha correta da cultivar deve merecer toda atenção do produtor. Essa escolha deve atender às necessidades específicas de cada sistema produtivo, pois não existe um material que possa proporcionar o máximo potencial produtivo sem que sejam levadas em consideração todas as situações regionais.”

Na safra 2016/17, o levantamento demonstra que estão disponíveis para os produtores brasileiros 315 cultivares de milho. Desse total, 214 materiais (67,93%) apresentam alguma tecnologia transgênica.

As 101 cultivares que completam o levantamento não têm nenhuma tecnologia transgênica. Os materiais convencionais representam 32,06% da relação total.

“As cultivares transgênicas apresentam várias tecnologias responsáveis por grande parte de controle das lagartas que atacam a cultura, tanto na parte aérea quanto de solo, bem como a plantas resistentes ao glifosato e ao glifosinato”, comenta Israel.

Em relação ao ciclo, das 315 cultivares relacionadas, 214 são precoces, 82 superprecoces, 10 semiprecoces, 5 hiperprecoces e apenas 4 são de ciclo normal.

O pesquisador explica os tipos de materiais predominantes no mercado.

“Pode-se observar o predomínio de sementes de milho com ciclo precoce e híbridos simples, tanto para híbridos convencionais como aqueles com algum evento transgênico. Grande parte deste resultado é atribuído ao posicionamento técnico destes materiais para o cultivo em segunda safra, após a soja”.

O levantamento aponta ainda que existem disponíveis no mercado materiais para uso múltiplo, direcionados para produção de grãos e para silagem.

“Além das 155 cultivares posicionadas pelas empresas para o mercado específico de produção de grãos, há indicação de 156 cultivares que podem ser utilizadas também para produção de silagem. É possível encontrar ainda quatro cultivares que são indicadas para a produção de milho-verde”.

O número de cultivares (315) do levantamento da atual safra é menor do que o do ano anterior, quando foram disponibilizadas 477 cultivares.

O pesquisador Israel explica que essa diminuição se deve ao fato de algumas empresas de sementes não terem enviado suas listas de cultivares, ou ainda à fusão e incorporação de empresas multinacionais, que reduziram o portfólio de sementes de milho como estratégia comercial.

Autores: Israel Alexandre Pereira Filho e Emerson Borghi
Pesquisadores / Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG)

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