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Que diferencia Ricardo Salles de uma Anta? / Sérgio Jones

A princípio pensei em nominar e comparar o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles a uma anta. Depois me dei conta que estaria cometendo uma grande injustiça para com este nobre animal que se encontra ameaçada de extinção, tendo como seu maior predador o homem. O que não ocorre com o citado ministro, gente da qualidade dele é o que mais se reproduz e se espalha que nem erva daninha, por todo território nacional.

Até o presente momento não entendo quando se quer taxar alguém de estúpido ou de forma pejorativa se faz comparando-o uma anta. Após ter realizado uma rápida pesquisa sobre este altaneiro animal tomei conhecimento de que é extremamente inteligente, além de ser herbívoro, o que o isenta da lista de predadores. Qualidade que não podemos, por motivos óbvios, atribuir a deplorável figura do ministro.

Como todo bom bolsonarista dos quatro costados, o deletério e incompetente ministro disse esperar daqueles que criticam a atuação do Brasil no combate ao desmatamento ilegal na Amazônia coloquem “a mão no bolso”.

Interessante, enquanto propõe que governos estrangeiros ponham “a mão no bolso” para ajudar a combater a devastação criminosa perpetrada pelo atual governo da Besta, Jair Bolsonaro, Salles coloca a mão no bolso pega o fósforo e promove queimadas. Sim, ao se omitir ou justificar esse tipo de crime, como ele faz corriqueiramente nos grandes jornalões, age como se ele próprio estivesse bancando o Nero dos Trópicos.

“Isso não quer dizer que nós estejamos contentes com isso, mas tem que trazer prosperidade para a região e muitos dos que nos criticam podem pôr a mão no bolso e colocar recursos para ajudar”, disse Salles na live semanal do presidente Jair Bolsonaro.

O mais estarrecedor é que a aberração presidencial vai destacar Salles como representantes do desgoverno dele, na Conferência do Clima no próximo ano, a COP-26, o ministro afirma que irá realizar um “grande trabalho” no evento, inclusive com recursos para ajudar no meio ambiente. De ilusão também se vive.

Enquanto isso, sucessão de discursos são feitos tendo como argumento de que uma série de medidas estão sendo adotadas para combater e deter a devastação ambiental, quando todos têm a plena consciência do afrouxamento existente na fiscalização.

Na sequência, Salles argumentou que o governo tem buscado ter “tolerância zero” contra o crime na Amazônia. E para coroar o festival de baboseiras ditas por ele, o bizarro Bolsonaro ressaltou que quer cooperação de todos os países porque o Brasil é a nação que mais preserva o meio ambiente, no mundo.

Contradizendo abertamente os dados do próprio governo, divulgados na semana passada, em que mostram que a Amazônia brasileira perdeu 11.088 quilômetros quadrados de área de floresta entre agosto de 2019 e julho de 2020, um aumento de 9,5% em relação aos 12 meses anteriores é o número mais alto dos últimos 12 anos.

Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)

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