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A MAÇONARIA E A MULHER

 

A participação da mulher na Maçonaria continua sendo um tema inaceitável para alguns maçons que desejam manter-se e se proclamam tradicionais, ou seja, a Maçonaria só pode ser constituída e formada por homens.

No entanto, acredito que esse tema, atualmente, é da mais alta importância para os destinos e a vida da Instituição Maçônica em todo o mundo.

Gostaria abordar esse tema a altura de sua importância, sinto não possuir merecimento para tanto, mas ouso fazê-lo.

Ao longo do tempo muito se tem falado e escrito sobre a mulher, portanto, não será preciso repetir ou criar novos adjetivos, basta repetir o disse o Grande Arquiteto do Universo: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora que esteja como diante dele”. Isto significa: não lhe sendo inferior nem superior, mas igual.

Algumas vezes as chamamos de deusas do paraíso, em outras ocasiões por não entender os seus mistérios menosprezamos, ou dizemos que são fachos que iluminam o caminho do inferno. A perdição do homem. No fundo, no fundo, todos nós as tememos.

Diante disso, o homem macho tem muito perdão a pedir.

Certa feita, lendo o português, poeta e prosador, Antonio de Castilho fiquei extasiado quando ele disse que “a mulher é a quinta essência de tudo quanto se derramara no paraíso, local onde o criador a colocou. E, deu-lhe um espírito suave e brilhante de um raio de ouro do sol e de um raio prateado da Lua. Deu-lhe a pureza da açucena, a alvura do lírio, o pudor e a graça da rosa, a modéstia da violeta e ascendeu-lhe no olhar o brilho de uma estrela.” Alguém pode colocar em dúvida o que afirmou o poeta?

Muito bem. A Maçonaria sendo uma Instituição educativa, filantrópica e filosófica, tem por objetivo o aperfeiçoamento moral, social e intelectual da humanidade, por meio do culto inflexível do dever, da prática desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade, e, com esses princípios tem a obrigação de reconhecer a mulher como igual.

Se tudo isso representa verdadeiramente os objetivos da Maçonaria, como o Grande Oriente do Brasil, – ou de qualquer país do mundo – pode rejeitar a mulher como irmã?  Como tentar desconhecer e desacreditar A Grande Maçonaria Mista da Bahia e do Brasil?

Fico satisfeito e esperançoso quando encontro textos maçônicos que defendem a presença da mulher nas ‘oficinas’, suprimindo todas as barreiras, estabelecendo uma perfeita harmonia e igualdade entre irmãos e irmãs maçônicos.

Tenho notado que a resistência da presença das mulheres na Maçonaria vem reduzindo, mas não é o suficiente. É preciso que os Maçons se conscientizem da importância da mulher em nossa Instituição. É vital que reconheçam que aqueles direitos considerados, antigamente, só do homem, não existem mais.

É preciso que todos nós que fazemos; que vivemos; que assumimos A Grande Maçonaria Mista da Bahia tenhamos pleno conhecimento e argumentos, não de defesa, porque em nada nos consideramos réus ou culpados. Nós assumimos todos os princípios, ritos e conceitos filosóficos da Maçonaria  e que os nossos argumentos sejam de convencimento para o cumprimento dos objetivos Maçônicos.

Lembremos aos irmãos que esse é um tema na Maçonaria que sempre esteve em busca da verdade, simplesmente faltava à coragem para a convivência, talvez por causa do medo, talvez porque as masmorras que aprisionaram os vícios e as vaidades não estivessem tão bem construídas como a irmandade imaginasse.

Os exemplos estão nos registros históricos da Maçonaria. Vejamos relembrar alguns episódios:

Em 1730, a Maçonaria chamada de Adoção iniciou o processo de fundação da Ordem da Felicidade, que admitia as mulheres.

Dois anos depois, em 1732, surgiu a Ordem dos Cavalheiros Heroína da Âncora, dos Cavalheiros e Ninfas da Rosa, que não permitiam as mulheres como membros regulares, mas que lhes passava às mulheres os sinais de reconhecimento e aceitavam suas presenças em certas cerimônias.

Seis anos depois, em 1738, surgiu a Ordem de Mopsés e outras. A Ordem de Mopsés foi fundada por alguns maçons alemães.

Nove anos depois, em 1747, foi a vez da Ordem dos Rachadores ou Lenhadores. Esta associação tomou suas principais cerimônias dos “Carbonários” que, na época, existiam na Itália. O lugar de reunião dos Rachadores chamava-se “Corte florestal”, o oficial presidente tinha o título de “Pai Mestre”, os membros masculinos e femininos se chamavam de primos e primas. Esta sociedade Maçônica foi extremamente popular e as damas e senhoras da França tiveram forte participação.

Vinte e sete anos depois, em 1774, o Grande Oriente da França, verificando que essas irmandades estavam em número crescente e que poderia prejudicar a Maçonaria Francesa, criou um novo rito chamado de Adoção, que submeteu à sua jurisdição, estabelecendo regras e leis para o seu governo.

Determinou que só os franco-maçons pudessem concorrer às suas reuniões e que cada Loja de Adoção estivesse sob a direção de uma Loja Maçônica regularmente constituída e que o Venerável ou Mestre desta Loja ou deputado, fosse o oficial que presidisse, acompanhado da Presidência da Loja de Adoção.

Esses registros históricos são importantes para o conhecimento dos Maçons, aconselho uma leitura e aprofundamento nesse tema, mesmo porque, se conhecermos o nosso passado histórico sobre o tempo desde quando aparece a mulher na Maçonaria, encontraremos no livro de Cassard i, intitulado “El Espejo Maçônico”, O Espelho Maçônico, que o costume teve origem na mais remota antiguidade sob várias denominações.

A Maçonaria Mista da Bahia e do Brasil é uma realidade inquebrantável.

 

 

Fonte: Carlos Lima

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