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O morto

Entre os meus um ano e alguns meses e os 12 anos de idade, existiam imagens em minha mente que eu não sabia do que se tratava.

Ainda recordo-me. Eu estava sentado nas costas de meu pai e segurava em sua cabeça. Na minha frente tinha outro homem deitado numa caixa, que mais parecia uma gaveta de alguma coisa que minha mãe colocava uns papeis, (nunca descobri o que era).

Tinha muita gente, algumas choravam e outras chegavam perto de meu pai e apertava a sua mão.

Essa imagem sempre estava presente em minhas recordações, nunca dei importância, com o passar do tempo ela foi diminuindo.

Aos doze anos sonhei com esse momento, no café da manhã, preparando-me para ir a escola, contei o sonho a minha mãe.

Ela levantou da mesa foi até o quarto, demorou alguns minutos e voltou uma foto que não estava no álbum de família, que tinha uma capa dura e que foleávamos quase sempre para rever a família que morava em Caruaru. Estávamos morando em Feira de Santana.

A fotografia que mamãe trazia em suas mãos registrava a morte do pai do meu pai. Meu avô.

Ela perguntou: “Meu filho em seu sonho tem alguma coisa parecida com essa foto?”

O sonho era a própria foto. Eu estava no ombro de meu pai, com as pernas entorno do seu pescoço e em nossa frente o corpo do meu avô – Francisco Correia de Lima – dentro do caixão.

Hoje, 7 de dezembro de 2015, por volta das 2 horas da madrugada, tive o mesmo sonho, acordei com palpitação e não consegui voltar a dormir. São 4 horas e 27 minutos.

Carlos Lima – Recordação pessoal

Se encontrar a foto publicarei nessa mesma página.

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