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ROSA CRUZ – ROSACRUCIANISMO

Não é do desconhecimento de estudiosos que o Rosacrucianismo é mais antigo do que aquilo que se convencionou definir como Maçonaria Moderna.

 

É verdade que as suas origens ainda não foram claramente definidos, mas não tem duvida que os Templários, despois de Godofredo de Bulhão, já conheciam as suas misteriosas práticas, consideradas blasfêmias pela Igreja.

 

E foi assim que acusados, na bula de 3 de abril de 1312, do papa Clemente V.

 

Foi esse papa que suprimiu a ordem dos Templários, a Ordem do Templo, em todo o mundo católico, que tinha sido fundada no século XII, quatrocentos anos antes da Maçonaria Moderna.

 

No entanto mais antiga do que a Ordem do Templo era ainda o Vedismo, precursor do brahamanismo, que é o atual induismo, e nas ruinas do grande templo do Benares, a cidade santa dos brahamanes, às margens do rio sagrado Ganges, foi encontrado um triângulo contendo a cruz com a rosa mística ao centro.

 

Fato que comprova que mesmo na velha civilização oriental a veneração por esse símbolo que a Maçonaria incorporaria mais tarde aos seus vários sistemas ritualísticos, como “nec plus ultra” dos graus de perfeição, que já existiam.

 

São encontrados no grau 7º o Rito Moderno. 12º do Rito Adonhiramita. 18º dos Ritos de Menfis; Heredon e Escocês. 46º do Rito de Misraim, que assumia as proporções de um verdadeiro culto.

 

A expansão do Rosacrucianismo por toda a Europa aconteceu em grande parte por causa das perseguições da Igreja Católica, e acentuada depois da Reforma Luterana, cabendo ao venerado Abade de Adelberg, João Valente André, que acompanhou Martinho Lutero, a glória de o haver propagado na sua obra “As bodas de Rozenkreutz”, alegoria alquímica cheia de poemas e encantamento.

 

Podemos afirma que as mais antigas sociedades Rosacrucianista que ficaram na história, foram a “Confessaium Fraternitatis” e a “Fama Fraternitatis Roseae Crucis”, ambas alemãs, e muito anteriores à data do aparecimento de Christian Rozenkreutz, o que leva a concluir que este grande sábio naturalista não foi o criador, mas o impulsionador da doutrina Rosacrucianista.

 

O Rosacrucianismo transformava as pessoas em anátemas (excomungados) da Igreja porque os seus iniciados (“Invisíveis”, como a si próprios se chamavam) diziam que o universo havia de sofrer uma radical transformação por meio da qual os “ímpios” seriam aniquilados e a doutrina da igualdade se espalharia por toda a superfície da terra.

 

Essa afirmação que tanto irritava o catolicismo já vinha da evangelização doutrinária dos Essênios. Da qual se havia referido o maior de todos os seus iniciados – o filho do carpinteiro galileu – conforme os seus próprios ensinamentos.

 

Portanto, as origens do Rosacrucianismo são muito incertas e sobre elas estendeu a patine do tempo o seu verniz duradouro, como que a temer que o azinhavre do ceticismo moderno pudesse lhes coroar a verdadeira idade.

 

Após a Alemanha, foi na Inglaterra que o Rosacrucianismo mais se desenvolveu a contar do século XIII, o que levou os ingleses a considera-lo fruto das investigações alquímicas do monge Rogerio Bacon, autor da “Speculum alchimiae” e “De secretis operibus artis et nature, et nullitate magie”: mas se os Templários já o praticavam no século XII.

 

E assim torna-se evidente que a Inglaterra o importou de outras paragens, possivelmente da Ásia Menor, onde Rozenkreutz o encontrou largamente difundido. Bacon nasceu em 1214.

 

A evolução desse famoso sistema místico-alquimico-cabalístico, até à sua incorporação na Ordem Maçônica ultrapassa o âmbito restrito desta série de quadros históricos, e por isso nos limitamos à simples descrição dos fatos mais notáveis.

 

Um desses fatos, o mais estranho, sem dúvida, foi à incursão dos Jesuítas nas assembleias dos Rosa Cruzes bacaconianos, em Lodres, com o fim de neutralizarem o fluxo dos modernos princípios filosóficos que começavam a inquieta-los, mas os ingleses não tiveram contemplações, os expulsaram e eles foram se estabelecer por conta própria.

 

Eles se apossaram das quatro letras que constituíam a palavra sagrada dos Rosa Cruzes em todo o mundo, “I.N.R.I” e desvirtuaram o sentido hermético, atribuindo-lhe uma significação que tinha o seu apoio na “Monita”, mas que não correspondia de maneira alguma ao sentimento dos ingleses: É justo matar os reis ímpios” (Justum Necare Reges Impios) o que além do mais visava o Rei da Inglaterra!

 

Qual era então o verdadeiro significado do tetragrama na filosofia Rosacruciana?

 

Havia diversos, mas todos num sentido diferente daquele que lhe atribuíam os filhos de Santo Inácio.

 

Por exemplo, entre os sírios e os persas, era “Igne Natura Renovatur Integra” e também ” Ignem Natura Regenerando Integrat” (É pelo fogo que toda a natureza se renova), alusão ao símbolo astronômico do sol, ou ao símbolo físico da vida.

 

Entre os alemães, o sentido filosófico era mais profundo: “Igne Nitrum Roris Invenitur”, tirado de um aforismo dos filósofos herméticos.

 

Realmente, substituindo-se as iniciais do tetragrama pelas suas correspondentes em língua hebraica verifica-se que os Rosa Cruzes alemães dirigiam-se diretamente aos quatro elementos dos antigo: IMMIM, o elemento água. NAOUR, o elemento fogo. RAOUAH, o elemento ar, e ICBESCHAH o elemento terra.

 

Na França, os Rosa-Cruzes davam-lhe uma interpretação menos filosófica e mais política: “Indefesso Nisu Repellamus Ignotantiam” que significa: Por uma ação infatigável destruiremos a ignorância), enquanto que os ingleses, mais sóbrios, lhe davam um significado que era bem a aspiração de todos os povos do universo: “Junstitia Nune Regel Imperia” que significava: A justiça regerá as nações.

 

O Rosacrucianismo dos Jesuítas só foi tentado na Inglaterra e assim mesmo com insignificante sucesso.

 

O terreno era sáfaro (infrutuosos) e faltava aos semeadores o bafo fecundante sem o qual não podiam germinar as suas ideias suspeitíssimas.

 

O temperamento dos ingleses, o seu amor à liberdade, e o sentimento de orgulho que cultivavam em larguíssima escala no que diz respeito ao direito de livre expressão do pensamento, eram um dos entraves ao progresso da causa jesuíta.

 

Assim mesmo, não fosse o diabo tecê-las, o discípulos de Rogério Bacon criaram uma nova interpretação para o tetragrama, que, sem fugir à boa hermenêutica Rosacruciana, respondia admiravelmente ao artificiosíssimo dos filhos de Santo Inácio: “Jesuitae Nacionum Regunque Inimici”. (os jesuítas são os inimigos dos povos e dos reis).

 

Parte II

Depois destas resumidas informações mais totalmente verídicas poderemos também da mesma forma relatar sobre a possibilidade da regeneração universal.

 

Perguntou o que é isso?

 

Simples, a regeneração universal e o segredo da imortalidade, é nada mais nada menos do que a preocupação máxima dos alquimistas ligados à Fraternidade dos Rosa Cruzes.

 

Com a justaposição da Rosa na interligação dos ramos da Cruz, simbolizavam eles, como se entendeu das inscrições hieroglíficas encontradas no grande triângulo descoberto no Templo de Benares, a junção dos dois sexos, que levaria, afinal, ao segredo da imortalidade.

 

A Rosa era o gracioso emblema da Mulher, a imagem da discrição e, portanto, o símbolo do “silêncio”, enquanto que a Cruz, que na visão dos filósofos herméticos era o símbolo da junção que forma a eclíptica com o equador, com os pontos de cruzamento em “Picies” e “Aries” e outra no centro da “Virgem”, significava a virilidade do Sol em toda a sua força criadora.

 

Dessa união resultaria a Regeneração Universal, ponto mais alto da doutrina secreta e de partida para Imortalidade.

 

Escondidos nos subterrâneos, aonde em raros momentos chegam alguns espirros do Santo Ofício. Os sábios alquimistas buscavam ainda a fórmula mágica de transmutação dos metais, graças á Pedra Filosofal, e também o elixir da longa vida, ou melhor, da vida eterna, que esse, sim, era o verdadeiro segredo da imortalidade.

 

Como todas as sociedades secretas, da época, de caráter iniciático, o Rosacrucianismo lutou na Idade Média contra a compressão religiosa que ateava as fogueiras da Inquisição nos centros onde mais floresciam as ciências ocultas, mas com a Renascença o poder da Igreja Católica declinou bastante, e todas essas sociedades se desenvolveram de uma forma extraordinária.

 

A Maçonaria Moderna incorporou o simbolismo dos antigos Rosa-Cruzes, mas atribuiu-lhe significados mais modestos.

 

Não desprezou inteiramente o misticismo, mas desistiu do “segredo da imortalidade” por considera-lo praticamente inatingível.

 

Aceitou o princípio de “regeneração universal”, mas por meio do aperfeiçoamento continuo da humanidade e pela investigação constante da verdade.

 

Certo que existe outros significados herméticos baseados nas teorias de Paracelso, um dos grandes impulsores do Rosacrucianismo, mas estes, precisamente por serem herméticos não podem ser publicados (não devem) e como se devemos ser justos e verdadeiros não me cabe comentar, (no momento).

 

É sempre bom repetir as palavras do irmão Danton: “Depois do pão, a educação”.

 

Carlos Lima.

Fonte: Carlos Lima e pesquisa

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