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Oppenheimer vence Oscar como melhor filme e conquista 7 estatuetas

Ocorreu na noite deste domingo (10), em Los Angeles, a 96ª edição do Oscar, o prêmio mais importante do cinema nos Estados Unidos. De acordo com o Splash, do UOL, com sete estatuetas, “Oppenheimer” foi o maior vencedor da noite. O filme foi premiado nas seguintes categorias: Melhor Filme, Melhor Ator (Cillian Murphy), Melhor Direção, Melhor Ator Coadjuvante (Robert Downey Jr.), Melhor Montagem, Melhor Fotografia e Melhor Trilha Sonora Original.

“Assassinos da Lua das Flores” concorria a dez categorias, e não venceu nenhuma. O longa foi indicado nas seguintes categorias: Melhor Filme, Melhor Atriz (Lily Gladstone), Melhor Ator Coadjuvante (Robert De Niro), Melhor Direção, Melhor Fotografia, Melhor Montagem, Melhor Design de Produção, Melhor Figurino, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Canção Original (“Wahzhazhe – A Song For My People”).

Com oito indicações, “Barbie” levou apenas um prêmio para casa. “What Was I Made For?”, música de Billie Eilish e Finneas para o filme, venceu o Oscar de Melhor Canção Original.

O filme sobre o “pai” da bomba atômica ganhou sete estatuetas, incluindo na categoria de melhor filme, melhor diretor para Christopher Nolan, melhor ator para Cillian Murphy e melhor ator coadjuvante para Robert Downey Jr.

Em uma cerimônia com poucas surpresas, na qual a maior parte das apostas da crítica e do público se concretizaram, Pobres Criaturas também conquistou vários prêmios.

Uma das quatro estatuetas que o filme do grego Yorgos Lanthimos arrebatou foi graças a Emma Stone, que ganhou o prêmio de melhor atriz por interpretar a protagonista Bella Baxter.

O Oscar de Da’Vine Joy Randolph como melhor atriz coadjuvante foi o único de Os Rejeitados; e o de Billie Eislish, que recebeu o prêmio de melhor canção original por What Was I Made For?, foi o único Oscar do grande sucesso de bilheteria do ano, Barbie.

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Assassinos da Lua das Flores voltou para casa sem nenhuma estatueta, apesar de ter recebido 10 indicações.

Os ganhadores

Melhor filme: Oppenheimer
Melhor diretor: Christopher Nolan – Oppenheimer
Melhor atriz: Emma Stone – Pobres Criaturas
Melhor ator: Cillian Murphy – Oppenheimer
Melhor atriz coadjuvante: Da’Vine Joy Randolph – Os Rejeitados
Melhor ator coadjuvante: Robert Downey Jr. – Oppenheimer
Melhor roteiro original: Anatomia de Uma Queda— Justin Triet, Arthur Harari
Melhor roteiro adaptado: American Fiction – Cord Jefferson
Melhor edição: Oppenheimer
Melhor filme estrangeiro: Zona de Interesse
Melhor animação: O Menino e a Garça
Melhor curta-metragem de animação: War Is Over! Inspired by the Music of John & Yoko – Dace Mullins, Brad Booker
Melhor maquiagem e penteados: Pobres Criaturas
Melhor design de produção: Pobres Criaturas
Melhor design de figurino: Pobres Criaturas
Melhores efeitos visuais: Godzilla Minus One
Melhor documentário: 20 Dias em Mariupol
Melhor documentário de curta-metragem: The Last Repair Shop
Melhor fotografia: Oppenheimer
Melhor curta-metragem: The Wonderful Story of Henry Sugar – Wes Anderson, Steven Rales
Melhor som: Zona de Interesse
Melhor trilha sonora original: Oppenheimer
Melhor canção original: What Was I Made For? – Barbie
Legenda da foto,Emma Stone, estrela de Pobres Criaturas, ganhou seu segundo Oscar de melhor atriz — em 2017, ela foi premiada por sua atuação em La La Land – Cantando estações
Discursos
Emma Stone estava em choque quando subiu ao palco para receber o prêmio de melhor atriz após uma disputa acirrada com a estrela de Assassinos da Lua das Flores, Lily Gladstone.
“Juntos fizemos algo maior do que a soma de suas partes”, disse Stone sobre o filme Pobres Criaturas, no qual interpreta Bella Baxter.
“Me sinto profundamente honrada em compartilhar isso com cada uma das pessoas que colocaram seu amor e brilhantismo neste filme”, acrescentou, depois de reconhecer as indicações das demais indicadas, enquanto segurava o vestido nas costas.
“Não olhem, acho que rasgou enquanto Ryan Gosling cantava I’m Just Ken”, disse ela, fazendo referência à aplaudida performance do ator durante a cerimônia.
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Legenda da foto, Cillian Murphy com a estatueta do Oscar por interpretar o ‘pai’ da bomba atômica em Oppenheimer
Em um gesto semelhante ao de Stone, Cillian Murphy reconheceu o trabalho de todos os indicados na categoria de melhor ator ao receber o Oscar por interpretar J. Robert Oppenheimer, o cientista-chefe do Projeto Manhattan.

“Vivemos em um mundo criado por Oppenheimer. Quero dedicar (o prêmio) àqueles que defendem a paz em todos os lugares”, declarou o ator, destacando ainda que se sente “orgulhosamente irlandês”.

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Legenda da foto, Christopher Nolan ganhou o prêmio de melhor diretor por Oppenheimer, o grande vencedor da noite

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Legenda da foto,Da’Vine Joy Randolph recebeu o Oscar de melhor atriz coadjuvante por sua atuação em Os Rejeitados
Claramente emocionada, Da’Vine Joy Randolph foi a primeira da noite a subir ao palco para receber uma estatueta, exclamando:
“Deus é tão bom”, enquanto tentava segurar as lágrimas.
Ela agradeceu à mãe por inspirá-la a tentar atuar, em vez de cantar.
“Durante anos, pensei que queria ser diferente, mas percebi que precisava ser eu mesma”, disse.
Lembrou ainda que era a única negra da sua turma — e agradeceu a todas as mulheres que a ajudaram e inspiraram ao longo de sua carreira.

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Legenda da foto,Robert Downey Jr. foi contemplado com o Oscar de melhor ator coadjuvante por interpretar Lewis Strauss em Oppenheimer
Robert Downey Jr., que brilhou durante toda a temporada de premiações por interpretar o antagonista de Oppenheimer, Lewis Strauss, também ganhou o Oscar de melhor ator coadjuvante.
Em primeiro lugar, ele agradeceu à sua “infância terrível” e à Academia, “nesta ordem”, e destacou que o trabalho do seu setor é poderoso e significativo.

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Legenda da foto,Jonathan Glazer fez referência à guerra entre Israel e o Hamas e à situação em Gaza, mencionando ‘todas as vítimas desta desumanização’
Zona de Interesse conquistou a estatueta de melhor filme estrangeiro, desbancando A Sociedade da Neve, e também ganhou o prêmio de melhor som.
Seu diretor, Jonathan Glazer, recebeu a estatueta sob fortes aplausos.
“Nosso filme mostra que a desumanização nos leva ao pior, moldou nosso passado e nosso presente”, disse ele sobre o filme, que aborda o Holocausto sob um novo ponto de vista.
“Como podemos resistir a esta desumanização? Sejam as vítimas do 7 de outubro em Israel ou dos ataques que estão sendo realizados em Gaza”, acrescentou.
Ele discursou enquanto centenas de manifestantes, reunidos nos arredores do Dolby Theatre, em Los Angeles, desde o início da cerimônia, denunciavam as operações de Israel na Faixa de Gaza e exigiam um cessar-fogo definitivo.

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Legenda da foto,Centenas de pessoas protestaram nas imediações do teatro em que era realizada a cerimônia para pedir um cessar-fogo definitivo em Gaza
Este não foi, no entanto, o único momento político do evento.
“Serei certamente o primeiro neste palco a dizer que preferia não ter feito este filme”, declarou Mstyslav Cherno ao receber o Oscar de melhor documentário por 20 Dias em Mariupol.
Ganhador do Pulitzer, Cherno foi um dos poucos jornalistas que cobriu de perto o cerco das tropas russas à cidade portuária ucraniana, e narrou isso em seu documentário.
“Gostaria de poder trocar o Oscar por a Rússia nunca ter ocupado as nossas cidades”, afirmou.

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Legenda da foto,Mstyslav Cherno documentou de dentro o cerco à cidade ucraniana de Mariupol
Outro momento emocionante foi quando Sean Lennon, filho de John Lennon e Yoko Ono, aproveitou para parabenizar a mãe pelo Dia das Mães (celebrado três semanas antes da Páscoa no Reino Unido) ao receber o Oscar de melhor documentário de curta-metragem por War Is Over! Inspired by the Music of John & Yoko.
Quem não subiu (novamente) ao palco para receber o prêmio foi Hayao Miyazaki. Aos 83 anos, a lenda viva do Studio Ghibli voltou a ganhar o Oscar de melhor filme de animação, que se soma agora à estatueta que ele conquistou em 2003 por A Viagem de Chihiro.

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Legenda da foto,Ao receber o Oscar de melhor curta-metragem de animação, Sean Lennon parabenizou Yoko Ono pelo Dia das Mães
Essa não foi a noite dos latino-americanos e espanhóis.

Ficaram sem Oscar: A Sociedade da Neve, longa dirigido pelo catalão Juan Antonio Bayona e estrelado, entre outros, pelo uruguaio Enzo Vogrincic e pelo argentino Matías Recalt; o filme de animação Meu Amigo Robô, do espanhol Pablo Berger, e o documentário A Memória Infinita, da diretora chilena Maite Alberdi.

E até Martin Scorsese, cujo filme Assassinos da Lua das Flores havia recebido 10 indicações e era cotado como um dos favoritos, saiu de mãos abanando.
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10 março 2024

Leire Ventas
Correspondente da BBC News Mundo em Los Angeles

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