O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi internado, na manhã desta quarta-feira (23), no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo. Bolsonaro está sob os cuidados de seu médico pessoal, Antônio Macedo.
De acordo com o seu advogado Fabio Wajngarten, o ex-mandatário investiga sintomas decorrentes da facada que sofreu durante a campanha eleitoral de 2018.
A internação de Jair Bolsonaro foi anunciada horas após a Polícia Federal intimar Michelle, Frederick Wassef, Mauro Cid e o próprio ex-presidente para depoimentos simultâneos no próximo dia 31 de agosto.
Bolsonaro e Michelle tiveram a quebra quebra dos sigilos bancário e fiscal autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) na última quinta-feira (17), após pedido da Polícia Federal diante da suspeita de que o ex-presidente utilizou a estrutura do governo federal para desviar as joias.
Todos os intimados são citados de alguma forma na investigação que deu origem à operação Lucas 12:2, nome dado pela PF em uma alusão ao versículo que diz: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”.
O ex-presidente está no centro da apuração uma vez que as joias e presentes negociados no exterior saíram do país no avião presidencial em ao menos duas viagens, uma delas a de 30 de dezembro de 2022, quando deixou o Brasil para não entregar a faixa a Lula (PT).
Além disso, o material colhido pela PF aponta para toda a movimentação de pessoas ligadas ao ex-presidente para vender e depois tentar reaver os bens negociados nos EUA.
A PF também investiga se os valores retornaram para Bolsonaro. De acordo com a apuração, o valor arrecadado foi convertidos em dinheiro e ingressou no patrimônio pessoal dos investigados, sem utilização do sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores.
Uma das evidências de que Bolsonaro teria recebido os valores é um áudio de Mauro Cid em que ele sugere que seu pai estava com US$ 25 mil em espécie de propriedade do ex-presidente.
Bolsonaro também foi intimado a depor pela Polícia Federal nas investigações sobre um grupo de empresários que discutiu um golpe de Estado por WhatsApp.
RPP