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FORMAÇÃO GENÉTICA DO POVO BRASILEIRO

O povo brasileiro foi formado pela miscigenação de três povos: o branco, o índio e o negro. Com o auxílio da tecnologia gênica, atualmente é possível quantificar suas contribuições individuais para a formação da “etnia brasileira”.

O levantamento da distribuição geográfica das espécies pode ser feito pela Filogeografia, ramo da Ciência que se apoia em estudos genéticos para reconstruir a formação de uma determinada população.

Em pesquisa realizada por Sérgio Pena e equipe (Ciência Hoje, v 27, p.17, 2000) a “etnia brasileira” foi estudada usando amostras de DNA coletado de 200 voluntários em quatro das cinco regiões brasileiras (restringida à população branca, majoritária no País 51,6% – fonte: IBGE/1991).

O princípio para a determinação dos resultados se baseou no estudo de duas linhagens genéticas: a paterna (patrilhagem) e a materna (matrilhagem). As células humanas usam um tipo de divisão celular especial para a formação de células reprodutoras: a meiose.

As células originadas pela meiose têm metade do número de cromossomos da espécie humana (n=23), onde 22 destes são cromossomos autossômicos (determinarão a formação do novo ser) e um sexual. Se o cromossomo sexual for do tipo Y, ele gerará um ser do sexo masculino, caso contrário (se for do tipo X), gerará um ser do sexo feminino.

O cromossomo (Y) não sofre recombinação genética (“troca” de pedaços com outros cromossomos) e é transmitido para a próxima geração em “blocos” de genes, os haplótipos. Fenômeno semelhante acontece com o DNA existente nas mitocôndrias das células maternas.

As mitocôndrias são organelas presentes no citoplasma da célula, responsáveis pela produção de energia utilizada nas reações químicas. Durante a fecundação, as mitocôndrias paternas degeneram-se, de modo que o DNA presente provêm exclusivamente da mãe, ou seja, também são haplótipos, pois são transmitidos “inalterados” para a próxima geração.

Com base nos estudo dos haplótipos, os resultados demostraram que a imensa maioria (provavelmente mais de 90%) das patrilhagens dos brancos brasileiros é de origem européia, mais especificamente portuguesa, enquanto que a maioria (aproximadamente 60%) das matrilhagens é de origem ameríndia ou africana.

Fonte: Nilva Michelon, Clair Isabel Costa dos Santos, Edgar Bueno Silveira

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