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Até agosto, Brasil seguirá com anormalidade climática e até eventos extremos, analisa cientista

Eventos climáticos extremos na América do Sul

Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal e Minas Gerais já passaram por eventos climáticos fora do esperado apenas nas duas primeiras semanas deste ano.

Chuvas torrenciais e calor acima da média têm causado transtornos para a população e inclusive mortes. Foram pelo menos 16 óbitos registrados no país em decorrência de tempestades somente em janeiro.

Os eventos confirmam a previsão de cientistas de que, de fato, o Brasil vai seguir passando pelos efeitos do El Niño em 2024.

O fenômeno climático é natural, ele surge em intervalos de três a sete anos, causando seca na região Norte do país e aumento da chuva no Sul e Sudeste.

“Claro que a gente está acostumado com chuva intensa de verão, os temporais, tempestades, que ocorrem especialmente neste momento. Mas eles estão acontecendo com uma intensidade maior. Isso é graças à combinação de um planeta quente, oceanos e atmosfera aquecidos”, explica o especialista Francisco Aquino, professor do Centro Polar e Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Segundo Aquino, é normal que os efeitos do El Niño permaneçam e sejam até mais intensos no ano seguinte ao início do fenômeno, o que significa que 2024 seguirá tendo eventos climáticos extremos.

“Não temos dúvida que com os oceanos aquecidos, a energia já liberada na atmosfera e o El Niño ainda ativo implicará em um primeiro semestre mais quente”, explica.

“Atingiremos o pico deste El Niño entre janeiro, talvez até início de fevereiro de 2024”, calcula Aquino.

Segundo o professor, o Brasil deve voltar a conviver com uma “normalidade climática” a partir de agosto deste ano, quando o El Niño deve arrefecer ou até terminar seu ciclo.

“Nesse momento os prognósticos climáticos no Brasil e no mundo, diversos centros do clima têm dito isso, indicam que por agosto ou setembro a gente estará num período de neutralidade. Quer dizer, o El Niño deve enfraquecer, arrefecer até junho, julho, agosto e lá para o trimestre, agosto em diante a gente deve estar em um período de neutralidade”.

Lucas Weber

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