Tempo - Tutiempo.net

“Bolsosauro” e o seu universo em desencanto/ Por Sérgio Jones

A situação política no Brasil está se tornando insustentável devido aos sucessivos erros cometidos pelo presidente eleito Bolsonaro, a ser empossado a partir de primeiro de janeiro.

Consequência de seus sucessivos pronunciamentos equivocados proferidos diante da mídia, não só brasileira como também estrangeira.

Sem se falar nos escândalos de ordem financeira que começam a surgir envolvendo não só ele, como grande parte de sua “famiglia”.

Para agravar ainda mais o cenário político brasileiro, que atualmente se apresenta como um dos piores já registrados em toda a sua história, de pouco de meio milênio de existência.

A ascensão do capitão é preocupante por ser ele um político sem perspectivas históricas que o classifique, como um ser minimamente racional e dotado de capacidade intelectual para presidir, com eficiência, uma gestão em um país com elevado grau de complexidade, como é o Brasil.

No tocante ao grau de similaridade com os governos que se sucederam durante a ditadura de 1964, o presidente eleito apresenta algumas características ao patamar da gestão do general Emilio Garrastazu Médici, que tinha sete ministros militares, mas numericamente abaixo dos ministérios de Ernesto Geisel (10 ministros militares), Artur da Costa e Silva e João Baptista Figueiredo, ambos com nove.

Analistas que se debruçam sobre o tema chegaram a uma conclusão nada complexa e que requer uma explicação simples, classificando o fato como um fenômeno em razão do mesmo fazer parte deste universo militarista.

Algumas considerações feitas indicam que o partido do “Bolsosauro” (PSL) existe desde 1994, mas despontou no cenário político apenas neste ano. Diferentemente do que aconteceu com o governo de “FHC, este levou para o seu governo, vários intelectuais.

Explicações para tal descalabro e insensatez do governo bolsonarista são as mais diversas. A começar por fatores existentes no campo militar brasileiro. Ele próprio se recente por ser um elemento destituído de brilho, principalmente na sua atuação nas forças armadas.

O que se acredita é que o capitão quer dar ao seu governo uma falsa imagem de severidade se respaldando na popularidade, que ainda resta, da imagem das Forças Armadas.

O que busca é um prestígio desta entidade para uma gestão que promete ser patética, eivada de erros e distorções provocadas por uma considerável falta de visão totalmente distanciada da realidade histórica, do país e de seu povo.

Jair Bolsonaro é o terceiro presidente eleito por voto direto que veio das Forças Armadas.

O primeiro foi Hermes da Fonseca, em 1910, tendo 2 militares entre seus 7 ministros, e Eurico Gaspar Dutra, que em 1946, colocou quatro militares entre seus dez ministros – numericamente menos que o capitão reformado, mas proporcionalmente maior.

Quando se analisa a proporção de militares no ministério, ele aparece com 31,8%, mais uma vez fica à frente de Castelo Branco (31,2%).

A presença militar neste caso faria Bolsonaro ficar próximo de Medici (38,9%); Fernando Collor de Mello (38,4%) e José Sarney (32%).

Manteria considerável distância de Dutra (40%), Figueiredo (45%), Geisel e Costa e Silva (ambos com 50%). Especialistas políticos acreditam que este governo terá sérias dificuldades para dialogar com o Congresso.

Prática já comprovada até mesmo para manter diálogos simples e triviais, com a imprensa.

Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)

OUTRAS NOTÍCIAS