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Cinco toneladas de recicláveis retiradas do Carnaval, Catadores do Politeama informa balanço ao governador

Catadoras, tratamento especial

Toneladas de materiais recicláveis que acabariam no lixo comum, em bueiros ou centenas de anos na natureza, estão na Central de Catadores de Materiais Recicláveis, no Politeama, em Salvador.

Eles estão recolhendo resíduos como plástico e alumínio dos circuitos do Carnaval para dar a destinação correta.

O governador Jerônimo Rodrigues esteve na unidade de separação, ao lado do vice-governador e coordenador do Carnaval, Geraldo Júnior, neste domingo (11), para ver, de perto, o trabalho realizado pelos catadores durante a folia.

A Central do Politeama não é a única a receber os resíduos sólidos. Ao todo, são 11 centrais de apoio, em pontos estratégicos do circuito do Campo Grande, Barra-Ondina e Nordeste de Amaralina.

Os trabalhadores têm o suporte de computadores, balanças e prensas e contam com a gestão das Redes de Cooperativas de Catadores para a entrega e comercialização do material.

“Cada passo que a gente dá, a gente vai percebendo a grandeza, a organização, o fortalecimento e a inteligência desse movimento. Vem, a cada dia, ocupando um espaço na mídia, nos governos. O Governo Federal, com Lula, o Governo do Estado conosco, mas, também, nos municípios.

É fundamental que essa parceria dos três entes federativos possa reconhecer esse movimento, com a sua credibilidade. Porque, aqui, além da preocupação que os movimentos de catadoras e catadores têm em todo o país, geração de renda, de inclusão, acaba, também, contribuindo conosco, com a questão de articulação das políticas públicas.

É claro que retirar mais de 100 toneladas de material reciclável das ruas é fundamental para a gente. É um trabalho que muita gente, às vezes, não percebe. O trabalho ainda parece invisível, mas, para nós, não é. Esse material deixa de ir para os rios, para as nascentes, para os lixões, para as praias, para virar renda e para virar um novo produto”, avaliou o governador.

Na Central do Politeama, já foram arrecadados, desde o início do Carnaval, cinco toneladas de alumínio e mais de uma tonelada de plásticos. De acordo com Michele Almeida, vice-presidente da Cooperativa de Coleta Seletiva Processamento de Plástico e Proteção Ambiental (Camapet), a gestão contribui para que sejam pagos valores justos aos catadores, evita atravessadores, que costumam pagar menos pelo trabalho, e garante a segurança das pessoas que fazem a coleta de resíduos nos circuitos.

“A galera vem aqui, traz seu alumínio e recebe por isso, no ato. E uma outra situação que a gente traz é a questão dos plásticos, que nem todos os catadores querem catar porque o valor é muito baixo.

A gente conseguiu colocar um valor maior e, ainda, bonificar o catador”, contou Michele, que acrescentou: “nossa meta geral é 100 toneladas de reciclados. Só aqui, na central do Politeama, a gente já tirou mais de cinco toneladas de alumínio, desviando do aterro sanitário. E mais de uma tonelada de plástico que, também, iria para o aterro sanitário”.

O trabalho de coleta seletiva faz parte do projeto EcoFolia Solidária – O trabalho decente preserva o meio ambiente, coordenado pela Secretaria estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) em parceria com outras secretarias de Estado, e teve investimento de, aproximadamente, R$ 3,2 milhões de reais para o Carnaval de 2024.

Cerca de 2.500 catadores de materiais recicláveis de 16 cooperativas serão beneficiados. Estão, entre elas, a Coopeguary, a Cata Bahia, a Recicla Bahia, a Recicla Conquista e a CRG.

Para as mulheres catadoras de materiais recicláveis, o projeto reservou um espaço exclusivo, com café da manhã, local para banho, massagem terapêutica e acupuntura. O local, sob gestão da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), vai funcionar até a Quarta-Feira de Cinzas (14), das 5h às 11h, no Vale do Canela.

Além da Setre e da SPM, compõem o projeto a Secretaria do Meio Ambiente (Sema), por meio do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Secretaria do Desenvolvimento Rural (SDR), por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), e a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades).

Milena Fahel

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