Notícias que circulam na imprensa brasileira denunciam o fato do ex-guerrilheiro Fernando Gabeira, vir a público admitir ter cometido um dos maiores erros de sua vida, ter apoiado a candidatura da aberração Jair Bolsonaro, à presidência da república.
Creio que no caso específico dele, homem que se presume com sólida formação política não poderia e nem devia se dar ao luxo de cometer uma falha desse grau de magnitude.
Se tal comportamento parte de setores conservadores e reacionários e de segmentos da sociedade menos politizado, essa postura não surpreenderia a nenhum ser pensante. Mas de um cidadão com o histórico dele, que demonstrava uma sólida robustez intelectual, a situação se torna deplorável.
Gabeira por diversas vezes revelou-se ser um profundo conhecedor da fragilidade social do povo brasileiro, não mais do que de repente passa a demonstrar empatia e apoiar setores que representam a banda podre da sociedade, não é aceitável.
O grupo político que representa o atual presidente é, reconhecidamente composto por integrantes criminosos, como no caso das milícias cariocas.
No caso de Gabeira a emenda saiu pior do que o soneto. Ele calado estaria fazendo um bem maior a todos. O vexame exposto só faz agravar ainda mais a situação perante si mesmo e diante do povo brasileiro, se não todos pelo menos parte daqueles que, em algum momento, tinha uma visão positiva sobre o papel e o que representava ele na história da nação. Agora só lhe resta como prêmio de consolação, a lata de lixo da história.
O famigerado Gabeira não merece nenhum tipo de perdão, por ser ele conhecedor profundo da realidade que nos cerca. Na condição de candidato de oposição em disputa eleitoral, no Rio de Janeiro, sempre teve conhecimento da realidade bizarra capitaneada pela base de sustentação da candidatura bolsonarista e de seus áulicos.
A atitude adotada pelo ex-guerrilheiro é deplorável e não merece qualquer manifestação de respeito ou alguma espécie de consideração, por parte de quem quer que seja. Gabeira o seu passado o condena, o presente assusta e o futuro machuca.
Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)
