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Lula corta dinheiro de publicidade estatal para a Jovem Pan e diminui verba da Record

A Jovem Pan, que embolsou milhões durante o governo Bolsonaro

Nos 7 primeiros meses de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Jovem Pan ainda não recebeu um centavo de publicidade estatal.

É o que mostram dados oficiais dos relatórios divulgados pela Secom (Secretaria de Comunicação Social).

Durante a gestão de Jair Bolsonaro, a Jovem Pan aparecia em 12º lugar no ranking geral de empresas que recebiam dinheiro do governo federal.

No final do ano passado, na época da transição dos governos, um grupo técnico informou que a Jovem Pan havia recebido, sozinha, R$ 526 milhões do governo Bolsonaro em um período de 4 anos.

Os relatórios mostram que no atual governo Lula a TV Record perdeu espaço e a Globo voltou a ser a protagonista das verbas estatais.

Em pouco mais de seis meses do terceiro mandato do petista, veículos de mídia da Globo receberam ao menos R$ 54,4 milhões em propagandas da Secom e de ministérios.

A Record foi o destino de R$ 13 milhões. Outros R$ 12 milhões foram desembolsados ao SBT.

O canal de Edir Macedo aparecia em primeiro lugar durante o governo Bolsonaro, com 22% do total da verba, e agora está em segundo, com 13%.

O portal R7, que pertence ao grupo, faturou cerca de R$ 8,4 milhões na gestão anterior, mas não recebeu nada nos seis primeiros meses do governo Lula.

O SBT permaneceu na mesma colocação na tabela, em terceiro, mas perdeu parte dos recursos, passando de 18% para 12%.

O mesmo ocorreu com a Band, que segue em quarto lugar mas passou a receber 4% a menos de verba do governo federal.

Os valores pagos são referentes a ações de publicidade já realizadas pela Secom e alguns órgãos do governo federal. No entanto, não há informações sobre quanto esses veículos de comunicação já receberam em propagandas de bancos públicos (Caixa, BB) e das estatais, como a Petrobras.

De acordo com os relatórios da Secom, que foram inicialmente divulgados pela Folha de S. Paulo, o site Brasil 247 recebeu R$ 59,9 mil em campanhas, enquanto o Diário do Centro do Mundo foi o destino de R$ 46,2 mil em anúncios.

O ranking de maiores beneficiados ainda inclui empresas que divulgam as peças publicitárias em metrôs, aeroportos e outdoors digitais, como a Eletromidia e a JCDecaux.

Sob Lula, o TikTok e a Kwai também surgem entre os dez principais destinos de anúncios publicitários federais.

É importante ressaltar que, como faltam dados sobre os valores pagos por estatais e bancos públicos, não há um balanço conclusivo sobre a distribuição de anúncios. Os recursos totais destinados aos veículos, portanto, são muito maiores do que os divulgados até agora.

RPP

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