O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem indicado a seus aliados políticos que não possui intenção de reconduzir o atual procurador-geral da República, Augusto Aras, ao comando da Procuradoria-Geral da República (PGR), segundo reportagem do jornal O Globo.
Em conversas reservadas com os poucos auxiliares com quem discute esse tema, Lula não tem manifestado disposição para manter Aras no cargo por mais dois anos, embora essa possibilidade conte com o apoio de aliados importantes, como o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), e o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
A ausência de um candidato favorito evidente entre os nomes em consideração é o que mantém Aras na lista de possíveis indicados, na avaliação de auxiliares palacianos.
O procurador-geral conta com o apoio de parte da classe política, que vê sua postura como firme na contenção de “excessos” da instituição.
Entretanto, sua proximidade passada com o ex-presidente Jair Bolsonaro e a avaliação de que falhou na contenção das ações de Bolsonaro durante a pandemia de Covid-19 pesam contra sua recondução.
Os próximos candidatos serão recebidos por Lula a partir do próximo mês de setembro. Integrantes do governo que estão envolvidos no processo de seleção enfatizam a importância de ouvir todos os candidatos e que Lula deve estar bem informado sobre a trajetória de cada um deles.
Dada a falta de um candidato claro favorito até o momento, ministros envolvidos na discussão não descartam a possibilidade de Lula optar por um mandato tampão até que tome uma decisão definitiva em seu próprio tempo.
A disputa se concentra cada vez mais em três nomes: o vice-procurador-geral Eleitoral Paulo Gonet e os subprocuradores-gerais Antônio Carlos Bigonha e Mario Bonsaglia.
Todos eles se apresentam como contrários à Operação Lava-Jato, com diferentes apoios dentro do cenário político brasileiro.
A decisão de Lula sobre a liderança da Procuradoria-Geral da República é aguardada com grande expectativa, uma vez que a escolha influenciará diretamente o curso da justiça e a abordagem do Ministério Público Federal em relação a questões cruciais para o país nos próximos anos.