Pesquisa feita com médicos paulistas aponta que 85,02% aprovam o uso do Whatsapp e outros aplicativos de mensagem instantânea no relacionamento com seus pacientes.
O estudo sobre o uso de novas tecnologias na medicina, apresentado hoje (4) na capital paulista, foi encomendado pela Associação Paulista de Medicina e pela Global Summit Telemedicine & Digital Health.
A pesquisa foi feita com questionário on-line estruturado e teve 848 respostas espontâneas.
Entre os profissionais que utilizam esse tipo de aplicativo, 42,7% conversam sobre dúvidas entre as consultas, 34% recebem imagens e exames dos pacientes e 23,3% disseram que ainda não o utilizam, apesar de serem favoráveis.
Para Jefferson Gomes Fernandes, presidente do Global Summit, essa troca de mensagens e exames já é uma forma de telemedicina.
“É claro que existe a questão-chave, que é a relação médico paciente, presencial. Tem que saber quando se deve usar [a telemedicina], para qual finalidade. É a telemedicina responsável”, disse.
Segundo o estudo, 72,29% concordam com a afirmação “a tecnologia não vai substituir o médico, apenas substituirá o médico que não usa tecnologia”.
“A maioria dos médicos entende os benefícios que a tecnologia pode trazer, embora precise de uma mudança de cultura. É um caminho sem volta”, disse Fernandes.
Prontuário online
O levantamento apontou que o prontuário eletrônico é uma tecnologia incorporada ao cotidiano dos médicos, com 76,75% de adeptos.
O sistema de agendamentos de consultas e outros sistemas de gestão são opção dos 23,25% restantes.
Apenas 13% disseram que não usam qualquer tipo de recurso de tecnologia da informação.
Antônio Carlos Endrigo, diretor da Associação Paulista de Medicina, diz que o prontuário online é importante no compartilhamento com outros profissionais de saúde.
Outra vantagem citada por ele é o registro do atendimento, que não poderá ser alterado nem pelo médico, nem pelo paciente.
Quanto a consultas à distância, que ainda não têm regulamentação, 42,1% dos médicos são favoráveis e 57,9% disseram ser contrários.
A prescrição feita à distância é defendida por 50,83% e 49,17% disseram que são contrários.
Endrigo acredita que o médico jamais será substituído, mas admite que, no longo prazo, haverá redução de pessoal.
“Vai demorar muito para acontecer. Um dos maiores problemas que a gente tem hoje na área de saúde é o acesso, por barreira geográfica, não consegue chegar ao local do atendimento.
A redução de profissionais deve acontecer, não somente médicos”, disse.
JB