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Prefeito de Salvador contrata filha de Ronaldo pagando vencimento superior ao que ele recebe/ Por Sérgio Jones

JOSÉ RONALDO E ACM NETO

O baile dos horrores continua, como sempre, tudo para eles e nada para o povo. Mesmo diante dos sucessivos escândalos que tomam conta do país, os políticos não parecem se incomodarem com a situação e continuam a cometer todo tipo de abuso, o que é pior, promovem orgias econômicas com o dinheiro público, objetivando manter privilégios de quem já é privilegiada.

O fato se evidencia na prática pela contratação feita pelo prefeito de Salvador ACM Neto (DEM), ao nomear a filha do ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho. Que “coincidentemente” é um dos membros de seu partido político. Natália Carvalho mantém um cargo com salário bruto de R$ 23.228,36 na prefeitura de Salvador desde 21 de janeiro deste ano.

Como se não bastasse o abuso cometido, Neto a contratou pagando vencimentos, inclusive, que superam o dele, enquanto prefeito da capital. Há quem advogue que atuação do alcaide soteropolitano faz parte do pacote de acordos feitos durante negociações existentes entre eles, na época, para que Ronaldo assumisse a candidatura derrotada, para governador.

Ronaldo foi convocado para fazer o papel de boi de piranha, pois o prefeito da capital na certeza da derrota política a ser sofrida por ele, não queria padecer com o desgaste político, naquele momento. E o que parece é que todo sacrifício tem um preço e agora a fatura chegou e, em parte, está sendo paga.

A pérola para justificar a nomeação de Natália utilizada cinicamente por ACM Neto, é de que a tal contratação foi motivada exclusivamente pela competência técnica e não como “boquinha” do cacique político feirense. Acreditem se quiser.

Não se dando por vencido o prefeito Pinóquio argumentou: “Vou me posicionar porque foi eu quem nomeou. Natália é uma colaboradora que faz um bom papel na prefeitura, trabalha, e trabalha muito. Ocupa um cargo compatível com sua função e não há nada o que esconder de irregularidade nesse caso”. garante.

O esforço feito por ele, para explicar o inexplicável, não poderia se outro. Deixa transparecer a inconsistência e a insegurança ao cometer tal arbítrio. Se o ato fosse moralmente relevante, não necessitaria de tanta justificativa, para justificar um ato que, em outra situação, poderia ser considerado normal. Nunca é demais lembrar que nem tudo que é legal é moral.

Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)

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