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Toffoli se posiciona contrário a tortura defendida por Bolsonaro/Por Sérgio Jones

Toffoli condena terrorismo de Bolsonaro

A ironia dos fatos no Brasil é a existência dos estragos gerados pela Operação Lava Jato é um fato. Toda ela foi planejada de forma equivocada que resultou em ações desastradas e eivada de questões político-ideológico. Na maioria dos casos teve como objetivo imediato atender interesses pessoais de alguns, ou de grupos. O interesse coletivo foi, e continua sendo, o último a ser levado em conta.

Podemos afirmar que os articuladores da Operação Lava jato teve como objetivo inicial desconstruir o governo petista, ao apontar as mazelas e roubos praticados por alguns de seus membros. Mas no desenvolver dos trabalhos ficou comprovado que o problema era muito mais amplo e acabou atingindo alvos, não desejáveis.

Lava jato destruiu empresas
“Brasileiro só fecha a porta depois de roubado”. Este é o adágio popular que se aplica muito bem ao nosso povo e em especial aos nossos ‘dignos representantes’. Como fica evidenciado com o reconhecimento tardio do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ao admitir que a Operação Lava Jato destruiu empresas.

Embora faça a ressalva de que a operação “foi muito importante, desvendou casos de corrupção, colocou pessoas na cadeia, colocou o Brasil numa outra dimensão do ponto de vista do combate à corrupção, não há dúvida”. Mas, reconhece ele, que as grandes empresas envolvidas foram totalmente destruídas”. O que deixou como saldo, graves problemas de ordem social.

Na sequência, durante entrevista que foi concedida ao Jornal Estado de São Paulo, o presidente da corte suprema criticou o Ministério Público por falta de transparência e defendeu pontos de vista contrários aos de Jair Bolsonaro, quando este defende a tortura.

Além das críticas à Operação Lava Jato, também fez uma rápida digressão sobre a evolução da vida política nacional. “O Brasil vinha de governos de centro e centro-esquerda. E mudou para um governo de direita. Então houve, depois da redemocratização, uma primeira vitória da direita com o apoio da extrema-direita”.

Fez ele, questão de deixar claro sua divergência para com o ex-juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça do governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro, no tocante à questão da proibição da prisão depois da sentença de segunda instância.

Toffoli defendeu o supremo e adiantou que o mesmo está firme no combate à corrupção e coloca como evidência o papel do STF que julgou o ‘mensalão, condenou várias autoridades, empresários, inclusive alguns banqueiros.

Quanto a frágil argumentação de Sérgio Moro de que, a decisão do Supremo diminuiu a percepção da população no combate à corrupção. Garante, o presidente do supremo, que tal afirmação não procede, ” não tem o menor sentido”.

Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)

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