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Delator diz que Cláudio Castro ganhou propina, dissidentes do PDT se colocam contra Ciro

Governador Cláudio Castro e o esquema de propina

Marcus Vinícius Azevedo da Silva, empresário e ex-assessor do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou que o candidato à reeleição recebeu propina enquanto vereador da capital fluminense e vice-governador do estado, conforme apuração do Uol.

As declarações foram feitas ao Ministério Público do Rio, no âmbito da Operação Catarata, que investiga desvio de verbas em projetos sociais da prefeitura e do governo.

De acordo com o depoimento, Castro de aproximou do empresário ainda em 2015, quando o atual governador lançou sua candidatura à Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Na época, Silva topou assumir a coordenação da campanha em troca de um cargo num possível gabinete.

No desenrolar da campanha, Silva conseguiu apoio do empresário Flávio Chadud.

“Quando eu trouxe um candidato em potencial a ser eleito vereador, o Flávio não perdeu a oportunidade. Ele tem um olhar como poucos. […] Ele até ajudou, deu uns R$ 50 mil para me ajudar a pagar umas despesas de campanha do Cláudio.”

No registro oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no entanto, não há registro de doações de Chadud.

Já como vereador, Silva afirmou que Castro fez a ponte para que dois contratos – um de uma ONG chamada Ibrapes, ligada ao delator, e outro da Servlog Rio Consultoria e Assessoria Empresarial, de Chadud – fossem incorporados pela Subsecretaria de Pessoa com Deficiência (SUBPD), em 2017, na gestão de Marcelo Crivella (Republicanos)

Em troca, Castro votou a favor da proposta de Crivella de aumento do IPTU.

Após o acordo, os dois contratos teriam sido um canal de propina e capital político para Castro Silva, no entanto, não detalhou os valores que supostamente teriam sido recebidos pelo atual governador.

Dados do Uol mostram que o subsecretário de Pessoa com Deficiência, Geraldo Nogueira, autorizou um termo aditivo de R$ 6,5 milhões em um contrato com a ONG de Marcus Vinicius, em julho de 2017.

Meses depois, em setembro do mesmo ano, o subsecretário assinou um termo no valor R$ 3,488 milhões para prorrogar o contrato com a empresa de Chadud.

Enquanto vice-governador, Castro e Marcus Vinícius teriam atuado para transferir o comando da Fundação Leão 13 – com a qual o delator e Chadud tinham contratos de projetos sociais – da então secretária de Desenvolvimento Social, Fabiana Bentes, que não fazia parte do acordo de propina do grupo, para a Vice-Governadoria, ou seja, para as mãos de Cláudio Castro.

Em 9 de janeiro de 2019, o governador Wilson Witzel publicou um decreto transferindo a Fundação Leão 13 da Secretaria de Desenvolvimento Social para a Vice-Governadoria.

Com isso, 20 dias depois, o contrato com Chadud foi renovado e o de Marcus Vinícius foi rescindido para não levantar suspeitas, já que o delator foi assessor de Castro.

“Deixa o Novo Olhar [projeto da empresa de Chadud] prosseguir.

Você, Cláudio Castro, passa a ser o dono do contrato. Ou seja, dono do contrato é: você diz quem vai atender e a propina que sobra é sua.

E do Marcus [Vinícius – fala de si próprio na terceira pessoa], o Agente Social, o Marcus vai mandar um ofício para a Leão 13 pedindo o cancelamento, uma rescisão contratual. E mais tarde vocês dão um contrato para o Marcus, para ele ter a contrapartida dele.”

 

Caroline Oliveira

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