O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para baixo as perspectivas para a economia brasileira neste ano em meio às incertezas políticas associadas à presidência de Donald Trump nos Estados Unidos.
O PIB (Produto Interno Bruto, ou a soma dos bens e serviços produzidos por um país) do Brasil também caiu mais do que o esperado em 2016, calculou o fundo – os dados oficiais relativos ao ano passado ainda não foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
As estimativas fazem parte da revisão do relatório Panorama Econômico Mundial, divulgado na segunda-feira.
Segundo o FMI, a economia brasileira caiu 3,5% no ano passado – contra 3,3% previstos anteriormente. Para 2017, o fundo prevê crescimento de 0,2% frente à previsão anterior de 0,5%.
Em 2018, o Brasil deve crescer 1,5%.
De acordo com o FMI, a atividade econômica mundial deve ganhar ritmo em 2017 e 2018, especialmente no mercado emergente e nas economias desenvolvidas.
No entanto, diz o fundo, “há uma dispersão ampla dos resultados possíveis em relação às projeções, dada a incerteza em torno do cenário político da nova administração dos Estados Unidos e suas ramificações globais”.
O FMI acredita que terá uma perspectiva mais clara para a economia global na próxima revisão do relatório, em abril deste ano.
“O cenário para as economias avançadas melhorou para 2017-2018, refletindo uma atividade mais forte no segundo semestre de 2016 assim como um estímulo fiscal projetado nos Estados Unidos.
Mas piorou marginalmente para o mercado emergente e as economias em desenvolvimento, onde as condições financeiras ficaram mais comprimidas”, diz o fundo.
“As perspectivas de crescimento de curto prazo foram revisadas para cima na China, devido à política de estímulo esperada, mas foram revisadas para baixo em um número de outras grandes economias – mais notavelmente Índia, Brasil e México”, acrescenta.
De acordo com o FMI, essas previsões foram baseadas na suposição de “uma mudança no mix de políticas sob a nova administração nos Estados Unidos e suas ramificações globais”.
“Projetamos algum tipo de estímulo fiscal de curto prazo e uma normalização menos gradual da política monetária (dos EUA).
Essa projeção é consistente com a curva de retorno dos EUA, o aumento dos preços das ações, e a apreciação considerável do dólar americano desde as eleições de 9 de novembro”, diz o fundo.
BBC BRASIL