O presidente Michel Temer teve participação na sessão plenária da Cúpula de Líderes do G20, mas participou apenas duas reuniões bilaterais ao longo do dia.
Uma com o primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsien Loong, e outra com primeiro-ministro da Austrália, Scott John Morrison.
Antes disso, Michel Temer também teve um encontro informal com os membros dos BRICS, que se reúnem paralelamente ao G20.
Do Brasil, o que os líderes querem saber mesmo é o que será do governo Bolsonaro.
Mas, para isso, ainda devem aguardar.
Se o G20 tem como objetivo gerar o diálogo e o consenso entre os países, esse objetivo não surtiu muito efeito no encontro da Argentina.
A guerra comercial entre Estados Unidos e China e um recuo no combate às mudanças climáticas foram ameaças palpáveis.
Um acordo de curta duração, três meses, adiou as decisões entre EUA E China.
Mesmo assim grandes potências vivem tempos de fortes tensões entre si que poderão agravar-se ou distender-se depois dos encontros da sexta-feira (30) e sábado em Buenos Aires, cidade que, aliás, também enfrentou protestos sociais contra o G20.
Havia uma expectativa de um acordo político entre os dois blocos durante esta cúpula do G20, mas o presidente francês, Emmanuel Macron, descartou essa possibilidade.
Num recado direto ao presidente eleito Jair Bolsonaro, o presidente francês disse que achava impossível avançar agora com um acordo entre o Mercosul e a União Europeia devido à mudança política no Brasil.
O presidente francês criticou a postura de Bolsonaro na questão ambiental.
Disse que não pode pedir aos empresários e aos trabalhadores franceses que façam sacrifícios na luta contra as alterações climáticas e, ao mesmo tempo, assinar tratados comerciais com países que não pensam em fazer o menor esforço nessa matéria.
Em referência ao Brasil, Macron disse que “não está disposto a aceitar acordos comerciais com países que não respeitarem o acordo de Paris”.
Trump que tinha uma reunião com Putin, cancelou e o clima ficou preocupante.
O argumento são as detenções de três navios e marinheiros ucranianos por parte da Rússia.
Trump considera que a escalada de tensão na Ucrânia tornava o encontro com Putin em Buenos Aires pouco oportuno.
Estados Unidos e China somam 40% da economia mundial.
Existiu ainda outro foco de tensão, mas fora da área de segurança máxima do G20.
Cerca de vinte organizações sociais, sindicatos e partidos de esquerda fizeram uma grande marcha na sexta-feira em repúdio ao encontro. O Ministério da Segurança estabeleceu parâmetros para a manifestação: nenhum ativista poderá estar encapuzado nem portar elementos como paus e pedras. Tudo ocorreu dentro da normalidade.
Miguel do Rosário edição cljornal