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Feira: de ilusão também se vive/ Por Sérgio Jones*

“Vamos voltar a projetar Feira de Santana para o Brasil inteiro”. Frase proferida pelo prefeito Colbert Martins Filho durante entrevista concedida à imprensa. Em que garante que sua administração está empenhada em realizar uma das maiores micaretas no município. Essa conversa fiada já é por demais conhecida do feirense.

Quanto o alegado empenho que sua administração fará nesse sentido, nada de novo. É mais fácil fazer proselitismo oferecendo circo ao povo do que se voltar para os reais problemas que requerem maior atenção do poder público, a exemplo da saúde e educação.

Setor de educação, vem causando sérios transtornos para as mães que tentam matricular seus filhos na rede municipal de ensino. E dados constatam a redução de matrícula, esse ano no setor.

“Essa é uma festa do povo, sem cordas, e que todos possam brincar”. Mais outra frase infeliz que não reflete a realidade dos fatos. A realidade tem sido de que a festa popular tem se elitizado nos últimos anos, o que resultou, com o passar do tempo, no encolhimento da participação popular. Uma vez que grande parte dos recursos destinados ao evento não são voltados para os artistas locais, a prata da casa.

Outra falácia é de que este ano haverá a antecipação na divulgação da festa, que acontece de 23 a 26 de abril. E que estarão, durante o carnaval em Salvador, divulgando a micareta para atrair mais investidores. Primeiro, a data dos festejos ocorre em um calendário atípico (fora de época), fora do período de férias. O segundo aspecto a ser considerado é que nesse mesmo período, várias outras micaretas estão acontecendo, paralelamente, por todo interior baiano.

Quanto apostar todas as fichas em contratações de atrações que anualmente se repetem de forma enfadonha e carente de criatividade. O ato é recheado de irresponsabilidade e resulta em uma grande evasão de divisas do município.

Podemos afirmar também, que essa programação a ela não se pode creditar que de alguma forma atraia possíveis e imaginários turistas. Estes, terminado o Carnaval, considerável parcela deles deixam a capital baiana, e retornam aos seus locais de origem.

Ao que parece, é que a verdadeira finalidade é garantir e arrebanhar o maior número de votos possíveis, principalmente em ano eleitoral. Até nessa velha e conhecida prática, os políticos não se reinventam, como também não mostram qualquer criatividade.

Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)

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