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Advogado que confundiu ‘O Pequeno Príncipe’ com obra de Maquiavel já foi condenado por bater na mãe

Advogado Henry, um paspalhão

O advogado Hery Waldir Kattwinkel Junior além de cometer uma gafe literária na tribuna do Supremo Tribunal Federal (STF), usou fake news em sua sustentação oral para atacar a Corte.

Com histórico de troca de partidos e condenações em primeira e segunda instâncias por ter agredido mãe e irmã, ele acabou expulso na sexta-feira, 15, do Solidariedade.

A confusão entre O Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry – livro das Misses – com O Príncipe, obra de sociologia política de Maquiavel é a ponta do Iceberg ao se tratar do histórico do advogado criminalista que viu seu cliente, o réu Thiago de Assis Mathar, condenado há 14 anos de prisão na quinta-feira, 14, por envolvimento nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

Em 2019, quando vereador do município de Votuporanga, interior de São Paulo, ele foi condenado em primeira instância por violência doméstica contra duas mulheres, sua mãe e sua irmã, em novembro de 2016.

O advogado segundo os autos, durante uma discussão em família, chutou sua mãe e bateu a cabeça da irmã no chão após ter apertado o pescoço dela.

Na condenação confirmada em segunda instância em 2021, o juiz Maurício José Nogueira levou em conta “maus antecedentes” do então parlamentar para majorar a pena, que foi fixada em três meses e meio.

Hery Júnior acumulava uma passagem pela justiça por falsidade Ideológica, que foi arquivada, e uma infração de medida sanitária preventiva.

Fake news e Afonso Pilatos

O advogado já teve passagem por ao menos três partidos, PTB, Podemos e Solidariedade.

Em nota que anunciou a expulsão do ex-vereador do partido, o Solidariedade disse que não compactua com a postura do profissional em atacar a Suprema Corte mesmo no exercício de sua prerrogativa de defensor constituído.

Hery Júnior na sua sustentação oral reproduziu a fake news de que o ministro Luís Roberto Barroso teria dito que uma eleição não se ganha, se toma.

Após Barroso ter agradecido a oportunidade para registrar que o mencionado pelo advogado se tratou de uma “edição no vídeo que passou a circular com a frase atribuída a mim”, Alexandre de Moraes lamentou o que chamou de “patética e medíocre defesa”.

“O advogado ignorou a defesa, o advogado não analisou nada, absolutamente nada. Não analisou a associação criminosa, não analisou o dano, não analisou nada porque o advogado preparou um ‘discursinho’ para postar nas redes sociais”, disse Moraes ao citar um possível interesse de candidatura de vereador de Hery que não só soube diferenciar Saint-Exupéry de Maquiavel.

Na mesma tribuna do Supremo, o advogado destilou a seguinte pérola: Ele falou a respeito de lavar as mãos, como “Afonso Pilatos”, disse ao tentar mencionar o governador romano Pôncio Pilatos.

Marcelo Menna Barreto

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