Tempo - Tutiempo.net

Militares das Forças Armadas dizem que corporação apoiará qualquer candidato eleito em 2022

Forças Armadas apoiará quem vencer as eleições presidenciais

Ao longo de sua polêmica gestão, Bolsonaro teria diminuído prestígio das Forças Armadas diante do país, uma vez que a instituição tem sua imagem bastante atrelada ao governo. Segundo autoridades, a corporação não seria obstáculo para terceiro mandato de Lula.

A vinculação da imagem e do governo do presidente, Jair Bolsonaro (PL) com as Forças Armadas sempre foi muito forte, até mesmo pelo fato de seu vice, general Hamilton Mourão, ser militar assim como o próprio presidente que hoje em dia tem o título de capitão reformado do Exército.

No entanto, generais da reserva das Forças Armadas disseram que a corporação respeitaria uma possível vitória do ex-presidente Lula nas eleições deste ano, segundo o UOL.

“Quem vencer as eleições será o governante do Brasil. Não existe nenhuma outra opção que não seja respeitar a vontade do povo […] Não vejo nenhuma condição de imaginar outro comportamento diferente das Forças Armadas”, disse o general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz.

Já o general Paulo Chagas, afirmou que muitos dos seus colegas se aborreceram com o presidente por ele não conseguir cumprir a plataforma anticorrupção sobre a qual se elegeu.

Segundo Chagas, apesar do ceticismo dos militares com Lula, as Forças Armadas reconhecerão uma vitória eleitoral justa.

“A fragilidade política do atual presidente é tão grande que ele se viu obrigado a negociar sua permanência no poder com os políticos que ele chamava de ladrões no Congresso Nacional, os mesmos que o acusavam de ser fascista e que tratam Lula como um estadista”, declarou.

Outro militar que faz coro aos colegas é o comandante da Força Aérea Brasileira, Carlos de Almeida Baptista Junior, quando disse ao jornal Folha de S.Paulo no domingo (30) que os militares não têm partido e que prestarão “continência a qualquer comandante supremo das Forças Armadas”.

Na visão de Celso Amorim, ex-ministro da Defesa (2011-2015) do governo Dilma, o prestígio dos militares foi afetado a partir do momento que Bolsonaro misturou seu governo com as Forças Armadas, e assim, inseriu a corporação em meio a uma economia fraca, gestão conturbada da pandemia e polêmicas com STF e o TSE.

“As Forças Armadas foram chamadas e seduzidas pela perspectiva de ter uma maior participação. Hoje muitos saíram, se desiludiram, alguns até de forma muito eloquente com relação ao governo, e outros estão calados”, disse Amorim.

Na última pesquisa Ipespe divulgada pela revista Veja no dia 27 de janeiro, Lula continua liderando a corrida presidencial com 44% das intenções de votos, Jair Bolsonaro com 24% e Sergio Moro e Ciro Gomes estão empatados com 8%.

Sputnik

OUTRAS NOTÍCIAS