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PF PRENDE EX-DIRETOR DA PETROBRAS E EMPREITEIROS

Na sétima fase da Operação Lava Jato, que investiga crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, a Polícia Federal prendeu na manhã desta sexta-feira 14 o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque.

Ele foi apontado em depoimentos feitos pelo também ex-diretor Paulo Roberto Costa e outros dois executivos como beneficiário do esquema de propina que ocorria na empresa.

Duque comandou a diretoria de Serviços entre 2003 e 2012 e é acusado de ter repassado percentuais dos contratos assinados pela estatal para o partido.

Segundo Paulo Roberto Costa, 3% do valor de cada contrato ficava com o partido. De acordo com documento da própria Petrobras, a diretoria de Renato Duque foi responsável pelas 12 licitações da obra da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

Os agentes cumprem ao todo 85 mandos de prisão em cinco estados, além do Distrito Federal.

Nesta fase da ação, 11 grandes empresas são alvo da PF, que já esteve na construtora Camargo Corrêa, acusada de pagar suborno a ex-diretores da Petrobras para fechar contratos com a companhia, e atua agora na Odebrecht, onde cumpre mandados de busca e apreensão.

São alvo desta fase da operação as companhias Camargo e Corrêa, OAS, Odebrechet, UTC, Queiroz Galvão, Engevix, Mendes Júnior, Galvão Engenharia e Iesa.

Já foram presos nomes da cúpula de algumas construtoras, como o presidente da Engevix, Cristiano Kok, além de outros dois executivos da empresa – um deles está no exterior.

Estão sendo realizadas buscas ainda na casa do presidente da UTC/Constran, Ricardo Pessoa.

A PF também tenta prender o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, suspeito de ser operador do PMDB no esquema da Petrobras.

Ele ainda não foi encontrado. Todos os presos serão levados ainda nesta sexta-feira para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, capital do Paraná.


Leia abaixo reportagem da Reuters sobre a nova fase da Operação Lava Jato.

– A Polícia Federal lançou nesta sexta-feira nova fase da Operação Lava Jato, com a participação de 300 policiais federais que cumprem 85 mandados judiciais em cinco Estados e no Distrito Federal, e o bloqueio de cerca de 720 milhões de reais em bens de 36 investigados, informou a PF.

Os mandados incluem 6 de prisão preventiva, 21 de prisão temporária, 9 de condução coercitiva e 49 de busca e apreensão no Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pernambuco, além do Distrito Federal.

“Entre os mandados de busca, 11 estão sendo cumpridos em grandes empresas”, informou a PF em comunicado à imprensa.

“Foi autorizado também o bloqueio integral de valores pertencentes a três empresas referentes a um dos operadores do esquema criminoso”, acrescentou a PF, sem dar mais detalhes sobre valores ou empresas envolvidas.

Os envolvidos responderão por crimes de organização criminosa, formação de cartel, corrupção, fraude à Lei de Licitações e lavagem de dinheiro.

A Operação Lava Jato foi deflagrada em março, com o objetivo de desarticular organizações criminosas que tinham como finalidade a lavagem de dinheiro e a prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional.

A operação já resultou na prisão de um ex-diretor da Petrobras acusado de participação em um suposto esquema de corrupção envolvendo desvio de recursos para partidos políticos.

Na quinta-feira, a Petrobras se viu forçada a adiar a divulgação de seu resultado do terceiro trimestre em meio às denúncias envolvendo a empresa.          

Fonte: Alberto Alerigi Jr.

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