A eleição de Donald Trump balança o mundo e o pacote do governador Pezão balança o estado. Nunca os cidadãos do mundo e, mais ainda os habitantes do Rio, estiveram tão em dúvida sobre o que vai acontecer na economia, de que forma esses fatos podem afetar a sua vida e sobre o que esperar do futuro.
A eleição de Trump, embora fosse possível nas pesquisas, não era esperada. Confirma a tendência mundial e local (vide Doria em São Paulo) de que os eleitores estão rechaçando políticos profissionais e preferindo empresários bem-sucedidos nos negócios.
Trocam o pragmatismo político por expectativa de resultados concretos e propostas específicas para melhorar a vida.
Na economia, no entanto, Trump não tem plano de governo real nem gurus econômicos em seu grupo de assessores.
Por isso, diz-se que ele é uma incógnita,mas pelos seus discursos de campanha, desconfia-se que pode estar vindo uma onda de nacionalismo exacerbado de proteção à economia norte-americana, o que deixa o comércio globalizado de cabelo em pé.
Viveremos momentos de nervosismo e especulação, o que atrapalha a recuperação da nossa economia doméstica, lembrando que os EUA são o segundo parceiro comercial do Brasil. Já aqui no Rio, o radical projeto do governo Pezão de ajustes de contas tem gerado polêmica.
Pela matemática, as contas fecham, mas é difícil que seja aprovado como concebido.
Há propostas que são politicamente impopulares, como a redução de salários e o aumento das contribuições previdenciárias.
Gera também desconforto e é de eficácia duvidosa o aumento de carga tributária de alguns produtos, que com preços mais altos pode inibir o consumo, e fazer a arrecadação cair.
O pacote de ajuste estadual peca por não propor saída estrutural para a crise. Faltam propostas para diminuir a dependência do setor de petróleo que não deve voltar a ter preços em patamares históricos.
Não há planos para indústria, a agricultura, o setor de serviços, para rediscutir a lei dos royalties, as regras do Fundo de Participação e para corrigir no Congresso de Brasília a cobrança do ICMS do setor petrolífero.
CNN