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O “pacto com o diabo” da oposição pelo impeachment de Dilma

Cunha faz oração por segundo

A promessa de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de que decidirá sobre todos os pedidos de impeachment –inclusive o de Hélio Bicudo– em até 15 dias foi vista como a última cartada do presidente da Câmara na tentativa de manter a oposição ao seu lado.

PSDB e DEM, no entanto, já fizeram chegar ao peemedebista que, tão logo e se aparecer prova de que ele mentiu em depoimento à CPI da Petrobras e tem mesmo conta no exterior, o alinhamento hoje vigente vai ruir.

Simples assim. O efeito na oposição sobre as revelações do dinheiro de Cunha no exterior foi resumido por um deputado: “Resta agora rezar para que a conta só apareça mesmo depois da votação do impeachment”.

O critério de moralidade, portanto, é o de conveniência.

E qual será o critério do Ministério Público Federal para manter sigilosos documentos que lhe foram enviados como resultado de uma investigação oficial de um país estrangeiro, para que se tomassem aqui as providências devidas, já que Cunha não pode ser extraditado para responder lá na Suíça?

Então, se o Brasil for lançado numa crise institucional imensa e, cinco minutos depois, aparecer “a conta” (ou “as contas” que mostram os crimes cometidos pelo homem que, pouco antes de houver manobrado para o impeachment, os senhores juristas vão dizer: ele é um criminoso, mas “até agorinha” não era…

Se a “oposição” (leia-se aí o contubérnio formado pelos tucanos, pelo DEM, pelos petebistas da filha do Roberto Jefferson e pelo “terço de Cunha”, os 20 peemedebistas que ainda o acompanham entre os 60 do partido) quiser Cunha como seu líder e instrumento de seu golpismo, vai ter de levar o pacote completo.

E o Brasil vai entrar na História do mundo como quem derruba alguém eleito e contra quem não há uma acusação de corrupção sequer por decisão de um corrupto que já tem inquérito no Supremo e provas internacionais de seu crime, faltando apenas que, a tempo, alguém se digne a torná-lo réu.

Já não é o caso de pedir respeito à democracia ou dignidade moral á oposição. Tornou-se inevitável falar em senso de ridículo e vergonha na cara.

 

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