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Editora Record afirma que Olavo de Carvalho tem ‘posicionamento antidemocrático’ e não renova contrato

Editora Record não renova contrato com Olavo de Carvalho

A Editora Record anunciou que não renovou o contrato com Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo, em função do posicionamento antidemocrático do escritor.

“Nosso problema não é publicar um autor mais à esquerda ou mais à direita. O importante é que todos sejam democráticos em seus modos de atuar. A editora pede aos seus autores que tenham o espírito democrático de conviver com vozes diferentes.”

“O posicionamento do Olavo hoje é de uma convivência péssima com as vozes discordantes, para dizer o mínimo”, disse o editor-executivo do Grupo Editorial Record, Rodrigo Lacerda, de acordo com o jornal O Globo.

“A Record é um grupo muito plural. Temos vozes de todas as colorações políticas lá dentro, desde Paulo Freire até intelectuais liberais brasileiros e estrangeiros. A gente zela pela pluralidade das vozes e espera que os nossos autores também zelem por isso, ainda que com diferentes colorações políticas”, ressaltou Lacerda.

Olavo de Carvalho é autor de livros defendendo posições de  extrema direita com alta tiragem.

Entre 2013 e 2019, os livros “O imbecil coletivo” (2013) e “O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota” (2018), ambos editados pela Record, venderam cerca de 400 mil exemplares.

“É uma decisão amadurecida. E é algo, na minha opinião pessoal, boa para a imagem da Record e para o momento político brasileiro”, destacou Lacerda sobre a decisão de não renovar o contrato com o escritor.

Ainda segundo a reportagem, a saída do escritor vinha sendo discutida pela empresa há cerca de um ano.

Em agosto do ano passado, o então editor-executivo do grupo, Carlos Andreazza, colocou na pauta de discussão a possibilidade do término do contrato devido à propagação de ódio feita por Olavo nas redes sociais.

Andreazza foi o responsável por levar Olavo de Carvalho aos quadros da editora.

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