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DELATOR CONFIRMA QUE PROPINA A CUNHA ERA PAGA ATÉ EM VOOS DE JATO

Charge. O retorno

Em depoimento aos investigadores da operação Lava Jato, o operador do PMDB na arrecadação de propinas em contratos da Petrobras Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, complicou ainda mais a situação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Em seu depoimento ao Ministério Público Federal, Baiano detalha como teriam sido feitos todos os pagamentos ao peemedebista, a partir de 2011, entre eles o de US$ 5 milhões, em espécie, no escritório de Cunha no Rio.

Parte da propina foi repassada a Cunha em crédito no valor de R$ 300 mil em horas voo de um jato de propriedade do empresário Júlio Camargo, o primeiro a afirmar que Cunha havia recebido propina de US$ 5 milhões. A propina devida era decorrente da venda de navios-sondas feitas à Petrobras pelas empresas Samsumg e Mitsui, no valor de US$ 35 milhões.

Por causa da Operação Lava Jato, deflagrada em março de 2014, Cunha usou R$ 122 mil do valor a que tinha direito, em dez voos realizados entre julho e setembro do ano passado, numa época em que as investigações sobre desvios da Petrobras estavam em curso. Segundo a Procuradoria Geral da República, os voos teriam sido interrompidos, segundo a PGR, por causa do avanço da Operação Lava Jato.

Fernando Baino afirmou ainda que conversava com Cunha por meio de mensagens de BlackBerry. O lobista prometeu ainda entregar um e-mail recebido de Cunha com a contabilidade da propina descrita em uma planilha. Segundo ele, Cunha usava um e-mail com a inicial “sacocheio”.

Leonardo Attuch

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