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Novidade: Augusto Aras pede ao STF que Bolsonaro seja investigado por atos golpistas

Passando a visão

Pressionada por todos os lados e pela velocidade dos acontecimentos, a Procuradoria-Geral da República, comandada por Augusto Aras, anunciou nesta sexta-feira (13) ter entrado com pedido junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o ex-presidente da República Jair Bolsonaro, que será incluído como possível instigador e autor intelectual dos atos terroristas do dia 8 de janeiro em Brasília.

O principal motivo para o pedido da PGR é que Bolsonaro compartilhou um vídeo, na noite da segunda-feira (9) seguinte aos atos terroristas, no qual sugeriu que a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva foi fraudada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Bolsonaro apagou a postagem pouco depois da publicação.

Quem assina o pedido de investigação é o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, criado pelo próprio procurador-geral Augusto Aras, na quarta-feira (11), na esteira do maior ataque à República de que se tem notícia.

O grupo foi criado justamente para coordenar as ações e o trabalho de investigação dos crimes cometidos no dia 8, tanto junto ao STF quanto às demais instâncias do Ministério Público Federal (MPF).

Apesar da assinatura do pedido não ser de Aras, a decisão certamente tem sua anuência.

Ele é historicamente aliado de Bolsonaro, a quem protegeu em inúmeras ocasiões.

No entanto, com a pressão crescente após a tentativa de golpe e o fim do mandato de Bolsonaro, a decisão mostra que Aras tende a, realmente, apoiar quem está no poder. E também que não tinha mais como resistir à pressão.

Começo do fim?
É a primeira vez que Bolsonaro é incluído em um pedido de apuração relacionado aos atos de terrorismo protagonizados por uma minoria de bolsonaristas radicais.

Cabe à presidente do STF, ministra Rosa Weber, decidir se abre ou não a investigação. Ela pode também encaminhar o pedido para outro ministro do tribunal.

Ontem (12), procuradores da República pressionaram Aras para que investigasse Bolsonaro por incitação ao crime, já que, segundo eles, o ex-presidente se “engajou na disseminação de informações falsas” sobre o resultado das eleições, o que levou aos ataques de domingo.

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