Maurício Pinheiro Ferreira, prefeito cidade de Caiana, zona da Mata no interior de Minas Gerais, postou um vídeo nas redes sociais pressionando servidores públicos para mudarem o voto no 2º turno das eleições, no dia 30 de outubro.
Após Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ser o candidato mais votado para a Presidência da República com 56,44% no primeiro turno, contra 37,82% de Jair Bolsonaro (PL), o Executivo explica o voto em Bolsonaro criticando livros infantis e ameaça funcionários públicos que votaram no petista.
Pinheiro Ferreira se revoltou com o resultado da votação expressiva no Partido dos Trabalhadores (PT) em sua cidade e reclama que 70% do funcionalismo municipal votou em Lula, mesmo sabendo que ele era bolsonarista.
“Vim aqui por conta da votação expressiva que o PT teve na nossa cidade e em vários outros municípios também do estado de Minas Gerais, e vou me dirigir aqui agora aos munícipes de Caiana [explicando] o porquê eu votei no Bolsonaro. O porquê eu voto no Bolsonaro”, começou o vídeo.
Durante o vídeo, ele sugere que não irá mais empenhar esforços para manter os salários e “o pão de cada dia”, na mesa dos servidores, que votaram majoritariamente no PT.
O gestor municipal diz para os funcionários do município “arcarem com a responsabilidade”, caso o ex-presidente Lula vença as eleições. A ameaça foi feita na última terça-feira (4) e já soma mais de 649 compartilhamentos no facebook.
“Respeitei o voto de cada um, mas quero deixar claro para vocês que não faltou o pão na mesa de vocês quando a gestão do PT esteve no estado de Minas Gerais. Eu não deixei”, afirmou.
Ele se referia à gestão do ex-governador Fernando Pimentel, que ocupou o cargo entre 2015 e 2019. Na época, gestores afirmavam que o governo atrasava o repasse de recursos aos municípios.
Maurício afirma que chegou a receber vários telefonemas de fornecedores da prefeitura fazendo cobranças e que teve que optar entre o pagamento deles ou do salário dos servidores.
“Vocês são sabedores dos direitos de vocês, dos deveres de vocês, então eu, Maurício Pinheiro Ferreira, prefeito do município de Caiana, estou dizendo para você, servidor público: eu não mais vou passar pela vergonha de ser cobrado para poder manter o pão na mesa de cada um [de vocês], caso o governo volte a fazer o que já fez no passado”.
Em nota, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou que os fatos foram registrados e encaminhados para a Procuradoria Regional Eleitoral para ciência e adoção de medidas que “entender cabíveis”.
RPP