O Ministério Público Federal denunciou à Justiça do Rio de Janeiro um esquema em que advogados e intermediários cobravam uma “taxa de proteção” para evitar que suspeitos fossem investigados.
A denúncia, apresentada em 2020, incluía acusações de evasão de divisas, tráfico de influência, organização criminosa e lavagem de dinheiro, informa Jamil Chade, do UOL.
Um dos denunciados é Antonio Augusto Lopes Figueiredo Basto, acusado por Rodrigo Tacla Duran de participar do esquema que protegia certos nomes da Operação Lava Jato.
Tacla Duran, ex-advogado da Odebrecht, alegou ter pagado uma quantia para evitar sua prisão durante a investigação.
A Investigação do MPF em 2018 revelou evidências desse esquema. Segundo a denúncia, os doleiros Dario Messer, Claudio Fernando Barboza de Souza e Vinicius Claret pagavam a “taxa de proteção” em dinheiro aos advogados Antonio Augusto Lopes Figueiredo Basto e Luis Gustavo Rodrigues Flores, que afirmavam repassar parte desses pagamentos a autoridades envolvidas nas investigações.
O dinheiro era transferido para uma conta no exterior, em nome de uma empresa offshore, com o objetivo de ocultar sua origem ilícita.
Figueiredo Luis Gustavo Floresedo Basto admitiu parcialmente a evasão de divisas, conforme confessado por seu sócio.
A denúncia também menciona a criação de uma conta no sistema de contabilidade da organização criminosa chamada “MESADA” ou “MÊS”, para registrar os pagamentos da “taxa de proteção”. Extratos bancários confirmaram a existência dessa conta.
Em um depoimento recente, Rodrigo Tacla Duran testemunhou sobre o sistema de proteção durante um processo judicial envolvendo Jorge Glass, ex-vice-presidente do Equador.
Duran relatou constrangimentos causados pelos procuradores da Lava Jato em Curitiba, alegando que esses pagamentos eram destinados à taxa de proteção e envolviam alguns advogados próximos da força-tarefa.
Reuters/Brasil