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APÓS SEIS HORAS DE REUNIÃO, DILMA DÁ MAIS PODER A LULA

Em um cenário de insatisfações de partidos aliados, especialmente o PMDB, dificuldades no Congresso e expectativa de anúncios para a economia, como o novo ministro da Fazenda e até mesmo o reajuste da gasolina pela Petrobras, o ex-presidente Lula deixou definitivamente o banco de reservas para entrar em campo e jogar pelo governo nos bastidores do poder.

 

Em Brasília, Lula teve na terça feira a primeira reunião com a presidente Dilma Rousseff para discutir o segundo mandato.

 

O encontro na Granja do Torto, que também teve a participação do ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, durou mais de seis horas, se estendendo pela noite.

 

Até então, desde a vitória do PT em segundo turno, o ex-presidente havia se recolhido e se limitado a reuniões de seu instituto em São Paulo.

 

Agora, porém, defende junto à sua afilhada política a nomeação – mais rápida possível – do novo chefe da economia, que substituirá Guido Mantega no ministério da Fazenda.

 

Lula faz campanha pelo ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, que saiu fortalecido no diálogo travado na terça-feira.

 

Outro papel importante do cacique petista é acalmar a inquieta base aliada. De um lado, o PMDB quer presidir novamente a Câmara dos Deputados, lançando o líder do partido Eduardo Cunha, apesar do acordo firmado com o PT de que o comando da Casa seria alternado entre as duas maiores bancadas no Congresso.

 

O cenário, se concretizado, prejudicará significativamente o governo em obter resultados com os parlamentares.

 

De outro, o próprio PT quer participar mais do segundo governo Dilma, como mostra o documento elaborado pela Executiva do partido em reunião nessa semana.

 

O receio dos dirigentes da legenda é de que a presidente, apesar de ter pregado o “diálogo” desde que foi reeleita, comande um governo mais independente.

 

A estratégia é apaziguar os aliados e o plano começa a ser colocado em prática amanhã, com reunião no Palácio da Alvorada entre a presidente e as bancadas da Câmara e do Senado, além dos governadores petistas eleitos.

 

É nessa conversa que o PT deverá ficar sabendo como funcionará exatamente sua participação nos próximos anos de governo.

 

Depois é a vez de Lula, que se reúne com deputados e senadores do partido em São Paulo.

 

Ao mesmo tempo, o PSDB, presidido pelo candidato derrotado ao Planalto Aécio Neves, dá sinais de que pretende fazer uma oposição mais dura. Ontem, ao voltar ao Senado, o tucano foi recebido com clamor por militantes e prometeu liderar o “exército” da oposição, cobrando mais o governo.

 

Ele também já havia declarado que “não dará trégua” ao governo Dilma.  

Fonte: Brasil 247

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