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Coragem é enfrentar o medo, não fingir que ele não existe

As portas do fascismo, ainda que apenas entreabertas, já nos começam a mostrar o horror que delas sairá.

Não são apenas os grupos de sociopatas a ameaçar pessoas na rua, a pichar banheiros, muros e igrejas ou até a rabiscar suásticas na barriga de moças.

Não são apenas nas redes sociais – ou nos comentários em blogs, como este – que estas hordas espalham seu ódio primário e tentativas de intimidação.

Não são apenas os brutais “auxiliares” de Jair Bolsonaro que cogitam de “autogolpe”ou “destituição e prisão” de juízes do STF.

É o próprio candidato que se recusa a qualquer diálogo público e prefere xingar no Twitter qualquer um que se oponha a ele.

Deixa claro o que será seu período imperial e qualquer um que olhe a composição da Câmara, sobretudo, e do Senado, só não perceberá que ele levará de roldão qualquer resistência que se oponha.

Quem, nas instituições públicas, terá coragem de levantar as barreiras do bom-senso e da lei contra ele? Quem, se gente com poder, independência e acesso aos meios de comunicação gagueja e arranja subterfúgios para não dar o peito contra a monstruosidade de sua ascensão ao poder?

Permitem, assim, que já estejamos na iminência de ver triunfarem as forças da intolerância.

Iludem-se, duvidando que sua chegada será “institucional” e prudente. Vai ser espetacular e brutal, porque bem ciente de que à vitória deve se seguir a dominação do território e o aniquilamento da capacidade de reorganização e reação dos que consideram “inimigos”.

Tudo será mais fácil se encontrar um terreno devastado e não estamos longe disso.

Resistir e lutar valentemente por nossas liberdades, nossas vidas, nossa democracia é um dever do qual desertar é deixar que se grave em cada um que dele fugir fique a manchada traição ao povo brasileiro.

Ilusão não é coragem, coragem é disputar cada voto como se fosse um pedaço do chão da pátria.

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